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quarta-feira, 3 de abril de 2013

21 mortos nos presídios da RMF

O constante clima de tensão dentro dos presídios tem resultado em tentativas de fuga, brigas, motins e homicídios. O fato mais grave ocorreu no mês passado, quando dez presos acabaram morrendo nas dependências da CPPL I FOTO: J.L. ROSA

Na madrugada de ontem, um detento da CPPL III, em Itaitinga, foi assassinado e o corpo carbonizado na cela

Subiu para 21 o número de detentos mortos, somente neste ano, nas unidades penais da Grande Fortaleza. Na madrugada de ontem, por volta de 4 horas, um presidiário identificado somente por ´Boel´, foi espancado e carbonizado pelos colegas de cela. O incidente ocorreu na ´Vivência D´, uma das quatro alas da Casa de Privação Provisória da Liberdade Professor Jucá Neto, a CPPL II, integrante do Complexo Penitenciário da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), em Itaitinga.

Outros dois presidiários ficaram feridos. Um deles, em estado considerado mais grave, foi levado de ambulância, e sob escolta policial, para o Instituto Doutor José Frota (IJF-Centro). Carlos Fernandes Filho, 27, deu entrada no hospital, por volta de 5 horas, apresentando vários ferimentos provocados por golpes de ´cossoco´. O segundo preso lesionado foi atendido no ambulatório da própria CPPL III.

Tensão

No dia anterior, outro detento foi encontrado morto, em circunstâncias ainda não esclarecidas, em uma das celas da Penitenciária Estadual Francisco Hélio Viana de Araújo, no Município de Pacatuba. Segundo apurou a Perícia Forense (Pefoce), o interno Marcos Aurélio Machado Prado, 40, apresentava várias lesões na cabeça, causadas por um instrumento contundente.

No episódio da madrugada de ontem, o preso conhecido por ´Boel´ foi queimado pelos colegas durante uma briga. O motivo do incidente não foi ainda revelado. Contudo, segundo a Polícia Militar - responsável pela guarda externa das unidades prisionais da Grande Fortaleza - a ala onde ocorreu o crime estava em clima tenso, pois as visitas para os presos daquele setor foram suspensas por duas semanas, em virtude de uma medida disciplinar após tentativa de fuga. "Não sabemos ainda se este crime tem a ver com a punição aos presos da Vivência", disse um oficial da PM.

Conforme levantamento feito pela Reportagem, desde o dia 1º de janeiro até ontem, 21 presos foram mortos nos presídios. O incidente mais grave ocorreu na madrugada do dia 11 de março, quando dez presos morreram num conflito na CPPL I.

FERNANDO RIBEIRO 
EDITOR DE POLÍCIA

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