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sábado, 6 de abril de 2013

Aliados defendem Cid Gomes de acusações

A ampla maioria da Assembleia Legislativa posicionou-se a favor do governador do Estado, inclusive uma ala petista

Os deputados da Assembleia Legislativa se solidarizaram com o governador Cid Gomes, ontem, após o seu pronunciamento e criticaram a ação do deputado federal Eudes Xavier (PT). Os petistas da Casa, representados pela liderança partidária de Rachel Marques, reafirmaram o compromisso de aliança com o Governo do Estado e disseram que as falas de seu correligionário não representam o sentimento da maioria da legenda.

Deputada Fernanda Pessoa foi uma das últimas a deixar o plenário, mas não deu uma palavra, mesmo o seu pai sendo citado em vários momentos FOTO: JOSÉ LEOMAR

As falas de Dedé Teixeira (PT) foram de repúdio contra o posicionamento de Eudes Xavier. Para ele, nenhum partido está mais constrangido do que o PT. "O Eudes não procurou nenhuma instância do PT e nós por unanimidade reafirmamos o apoio de participar ativamente de um Governo que consideramos importante", afirmou.

O tucano Fernando Hugo, por sua vez, chamou de "sacanagem" o pronunciamento do deputado Eudes Xavier e pediu que o governador processasse o petista e pedisse a cassação do mandato do parlamentar por ter dado início a um "precedente sério". Como o nome da ex-prefeita Luizianne Lins foi citado, o deputado Osmar Baquit afirmou que ela teve, sim, participação no esquema de grampo nos e-mails de Cid Gomes e solicitou que ela seja investigada.

Já o pessebista Wellington Landim afirmou que Cid Gomes estava dando um exemplo ao prestar esclarecimentos sobre o assunto e que isso deveria ser seguido pelos demais políticos. Segundo ele, o chefe do Poder Executivo do Ceará foi "bode expiatório de uma quadrilha inconformada". "Tudo pode acontecer dentro da política, principalmente com pessoas sem boa vontade de fazer política clara. Já tinha visto pistoleiro de aluguel e barriga de aluguel, mas caneta de aluguel? Saiu nota de forma absurda e eu vivi essa angústia, dentro de casa", lembrou Daniel Oliveira (PMDB), afirmando que seu padrinho político, o senador Eunício Oliveira (PMDB), também teve seu nome vinculado na imprensa a interesses políticos.

Defesa

Já o petista Antônio Carlos, da mesma corrente da ex-prefeita e presidente do PT no Estado, Luizianne Lins, falou que nem Luizianne nem Eudes Xavier espionaram qualquer pessoa. Segundo ele, o fato de o governador ir à Casa fazer sua defesa não tira o direito de aquele que o denunciou encaminhar a denúncia para os órgãos competentes. "Quem denuncia tem o ônus de levar as provas. Se o governador está dizendo que não tem nada a ver com isso... Se alguém tiver feito espionagem que seja pago por isso", disse.

O deputado Sergio Aguiar (PSB) se disse decepcionado com a situação e afirmou nunca ter visto um "ato tão baixo como esse aqui relatado. Ser acusado de uma ação tão descabida como essa é desonra para todo e qualquer político". Para o líder do Governo, José Sarto (PSB), a ex-prefeita Luizianne Lins foi conivente com a informação que lhe foi repassada, no caso a que envolve a ex-secretária Luiza Perdigão. "Esta Casa está aqui para ouvir todos os lados e não para lhe bajular, mas conseguir a verdade, doa a quem doer", disparou o parlamentar.

Em resposta ao discurso de seus aliados, o governador do Estado do Ceará, Cid Gomes, afirmou que quer que tudo seja investigado e se ele, realmente, for o culpado, irá renunciar o seu mandato sem esperar impeachment. Do contrário, espera que seja divulgado e punido quem inventou as histórias. "O lugar da política tem que ter o limite da dignidade e da honra. Eu jamais seria capaz de um gesto como esse, não é nosso estilo. Os verdadeiros culpados serão conhecidos", disparou. 

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