As porções de terra no entorno do Círculo Polar Ártico devem passar por
um "esverdeamento" explosivo nas próximas décadas, à medida que capim,
arbustos e árvores começarem a crescer no solo despido de gelo e
"permafrost" devido ao aquecimento global, alertou um estudo publicado no domingo (1º).
As áreas com florestas no Ártico devem aumentar em até 52% até 2050
quando a chamada linha de árvores - a latitude máxima onde a vegetação
consegue crescer - variar centenas de quilômetros para o norte, segundo
simulações de computador publicadas na revista "Nature Climate Change".
"Esta redistribuição generalizada da vegetação no Ártico teria impactos
que reverberariam no ecossistema global", explicou Richard Pearson, do
Centro de Biodiversidade e Conservação do Museu Americano de História
Natural.
O Ártico se tornou um dos "pontos quentes" do mundo quando se fala em
aquecimento global. No último quarto de século, as temperaturas ali tem
aumentado duas vezes mais rápido do que no resto do mundo.
"Estes impactos se estenderiam muito além da região do Ártico",
destacou Pearson em um comunicado. "Por exemplo, algumas espécies de
aves migram sazonalmente para latitudes mais baixas e confiam em
encontrar hábitats polares em particular, como espaços abertos para
construir ninhos no chão", acrescentou.
Dois
mapas da região ártica mostram, em cima, a distribuição atual da
vegetação, e abaixo, uma projeção para 2050 considerando um aumento do
clima. A cor verde representa a cobertura vegtal com árvores, que, no
segundo mapa, é claramente maior (Foto: AMNH/R. Pearson/Circumpolar
Arctic Vegetation Map)
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