
A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) afirmou nesta quinta-feira (11) que o governo está preocupado com a alta da inflação e que deverá tomar medidas necessárias.
A inflação acumulada pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 12 meses encerrados em março chegou a 6,59%, estourando o teto da meta oficial do governo, de 6,5%, segundo dados do IBGE, divulgados na quarta-feira (10).
Planalto já trabalha com a possibilidade de o Banco Central elevar os juros na próxima semana FOTO: Agência Brasil
Foi a maior inflação medida desde novembro de 2011, quando a taxa
ficou em 6,64%. A meta do governo para a inflação é de 4,5% em 2013, com
margem de dois pontos percentuais.
"O governo obviamente tem toda a preocupação, acompanha e tomará
todas as medidas necessárias para que a inflação se mantenha dentro da
meta estabelecida. Portanto, as medidas estão sendo tomadas pelo
Ministério da Fazenda", disse Ideli ao sair da convenção nacional do PP (Partido Progressista), que ocorre no Senado Federal.
A ministra, no entanto, não deu nenhuma informação de quais seriam as medidas.
Planalto pensa em alta de juros
O Planalto, no entanto, já trabalha com a possibilidade de o Banco Central elevar os juros na próxima semana, apesar de fazer uma avaliação positiva da inflação oficial de março.
Mesmo com o rompimento do teto da meta, assessores presidenciais
ponderam que o BC poderia esperar mais para decidir se sobe o juro
diante de sinais de que a inflação deve seguir em queda.
Dois motivos, porém, indicam que a alta da Selic pode acontecer já na reunião do Copom da semana que vem.
Em primeiro lugar, o BC precisa reforçar a credibilidade de seu
discurso, que passou a sinalizar preocupação com a inflação desde
janeiro. A diretoria do BC também tem que mostrar que não é mais
possível conviver com uma inflação rondando o teto da meta, de 6,5%, sob
risco de estimular uma onda forte de indexação da economia.
Na avaliação de auxiliares de Dilma, o BC pode decidir agir
imediatamente mais para, no curto prazo, influenciar na formação das
expectativas sobre a inflação. O efeito de médio prazo seria garantir
que o IPCA se distancie dos 6%, iniciando trajetória mais consistente na
direção do centro da meta, de 4,5%.
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