A escritora Rachel de Queiroz foi a primeira mulher a ser escolhida como membro da Academia Brasileira de Letras, em 1977 (Reprodução) |
Rachel de Queiroz ficou conhecida em 1930, quando publicou O
Quinze. O romance mostra a realidade da seca nordestina e demonstra a
preocupação da autora com questões sociais, fazendo uma análise psicológica dos
personagens. Essas características se tornariam marcantes em toda a sua obra.
A escritora ganhou o prêmio Jabuti de Literatura Infantil,
em 1970, e de Romance, em 1993, ano em que foi agraciada ainda com o Prêmio
Camões, o mais importante reconhecimento literário em língua portuguesa. A
carreira de Rachel de Queiroz inclui também a tradução de dezenas de livros, de
autores como Jane Austen, Fiódor Dostoiévski, François Mauriac, Agatha Christie
e Júlio Verne.
Na imprensa, Rachel de Queiroz começou na década de 1920
escrevendo crônicas e poemas, usando o pseudônimo de Rita de Queluz. Ao longo
da vida, durante trinta anos ela escreveu crônicas para a revista semanal O
Cruzeiro e, depois, para o jornal O Estado de S. Paulo.
Na década de 1930, a escritora se envolveu com o Partido
Comunista, mas rompeu com o grupo após ter proibida a publicação de seu segundo
livro, João Miguel. Com a decretação do Estado Novo, teve obras tidas como
"subversivas" que foram queimadas em Salvador (BA), junto com livros
de Jorge Amado, José Lins do Rego e Graciliano Ramos. Em 1937, foi presa em Fortaleza
(CE) durante três meses sob a acusação de ser comunista.
Em 1964, Rachel de Queiroz apoiou a ditadura militar que se
instalava no Brasil. Integrou o Conselho Federal de Cultura, onde permaneceu
até 1985, e também o diretório nacional da Arena, partido político de
sustentação do regime.
Abaixo, publicamos o especial "Mestres da
Literatura", produzido pela TV Escola, que mostra as facetas menos conhecidas de Rachel de
Queiroz. Com o depoimento de familiares, amigos e especialistas em sua obra, o
documentário traça as características pelas quais a escritora se tornou
célebre. Assista:
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