Com o cancelamento da refinaria Premium II, o terreno reservado para o 
empreendimento em São Gonçalo do Amarante, a 60 km de Fortaleza, agora 
só abriga ruínas de uma comunidade que teve as casas desapropriadas e 
demolidas. Moradores tiveram de ser deslocados para assentamentos em 
lugares distantes para dar lugar à refinaria que foi cancelada pela 
Petrobrás. A 30 quilômetros de distância de onde moravam, tiveram de 
refazer a vida. “Eu sei que foi ruim, que não vão fazer mais nada lá. 
Para a gente é ruim demais”, lamenta agricultor José Duarte.
 Na madrugada da quarta-feira (28), a Petrobras informou no balanço 
do terceiro trimestre que as duas refinarias Premium, no Ceará e 
Maranhão, que não saíram do papel, geraram uma baixa contábil de R$ 
2,707 bilhões: R$ 2,111 bilhões da Premium I e R$ 596 milhões, da 
Premium II. Juntas, as refinarias dos dois estados produziriam juntas 
900 mil barris por dia.
 Empregos
No Ceará, a expectativa era de 90 mil novos empregos com a instalação da refinaria. Para quem se preparou para trabalhar na área, a situação agora é de indefinição. “A refinaria iria ser uma porta que iria ser aberta pra todos nós de conseguir um emprego aqui em casa. Agora, com essa notícia que a refinaria não vai ser instalada, com certeza teremos que sair para outros estados para conseguir emprego na nossa área”, afirma o estudante de engenharia de petróleo, João Vitor de Oliveira.
 Nesta sexta-feira (30), o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), 
afirmou nesta sexta-feira (30) que vai buscar “alternativas” para dar 
continuidade ao projeto da instalação da refinaria Premium II, em São 
Gonçalo do Amarante, no litoral do Ceará. No início do mês, uma medida 
provisória do Governo autorizava a Petrobras iniciar a terraplanagem do 
terreno onde ficaria a refinaria, avaliada em R$ 300 milhões autorizados
 pelo governo.
 O Ministério Público do Estado do Ceará informou na quinta-feira (29) 
que enviará na próxima semana um ofício ao Governo do Estado do Ceará 
solicitando esclarecimentos sobre o valor investido pelo Estado para 
receber a Refinaria Premium II.
 O objetivo, segundo o MP, é identificar se havia um contrato entre 
Governo e Petrobras e se, por conta desse compromisso, o Governo 
realizou os investimentos em infraestrutura ou se não havia nenhum 
contrato e se houve antecipação de gasto por parte do Governo, o que 
possivelmente caracterizaria um caso de improbidade administrativa.
Fonte: G1/CE 
 

 
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