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sábado, 27 de junho de 2015

Destruição de terreiro de candomblé avança na divisa de Fortaleza e Maracanaú

Praticantes do terreiro de candomblé Ilê Axé Oloiobá denunciam uma nova investida de destruição do prédio onde eram realizados seus encontros religiosos, na Cidade Nova, divisa entre Fortaleza e Maracanaú.

Marcos da Justa Teixeira, que se autodenomina filho Ogã (guardião do axé) e herdeiro da casa, afirmou em entrevista ao O POVO que ao chegar ao local nesta sexta-feira, 26, testemunhou um homem destruindo-o.

"Hoje encontramos ele com um machado pegando as árvores. Eu vi e ele parou. Estamos novamente esperando a saída da liminar para cessar a destruição, mas está difícil", disse ele.

Ainda segundo Marcos, a destruição do terreiro vem sendo realizada há cerca de duas semanas, pouco a pouco, quase todos os dias.

 
Segundo Marcos, a demolição é motivada por preconceito religioso e pela especulação imobiliária

De acordo com ele, a demolição é motivada por preconceito religioso e pela especulação imobiliária. "É uma intolerância do dono da construtora. Eles querem tomar conta desse espaço para construir e estão ferindo as religiões de matriz africana", afirmou.

Carol Dias, prima de Marcos e também praticante do terreiro, esteve no local e, de acordo com ela, existe uma ameaça de que todo o prédio seja demolido até a próxima segunda-feira, 29. "José Welington, um suposto dono, disse que vai construir nesse terreno e vai disponibilizar o espaço para um pastor que já atua na região. Ele prometeu derrubar tudo amanhã ou até segunda". 

Segundo Carol, a destruição não foi completa porque uma parede afeta outra casa, impossibilitando a derrubada. 

Os praticantes deverão recorrer à Assembleia Legislativa, por meio do escritório Frei Tito de Alencar, para pedir segurança e punição dos responsáveis, além de entrar com ações judiciais: uma de usucapião, uma por crime cometido no local e outra por danos morais.

Marcos disse que permanecerá no local, a fim de impedir a destruição, durante o tempo que puder. "Amanhã vem todo mundo pra cá", complementou. 


Fonte: O Povo Online

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