O
psiquiatra e psicanalista Moises Groisman diz que estamos usando remédios
demais. “Vivemos a era dos psicotrópicos, os sentimentos têm sido ‘calados’ com
Rivotril, Prozac e afins”.
Groisman
está lançando o livro “Terapia familiar breve na infância e na adolescência –
sem remédios, sem terapia individual” e conversou com Maria Fortuna.
A que se
deve a enorme busca por remédio com tarja preta?
Esses
medicamentos são usados para anestesiar o enfrentamento da realidade, a
necessidade do crescimento emocional. Servem também para mascarar as emoções e
evitar enfrentar as angústias familiares, profissionais e relacionais com colegas,
amigos, namorados...
O que o
senhor quer dizer com “medicalização das emoções”?
É a
situação em que os profissionais de saúde avaliam a criança ou adolescente
individualmente, e não inserido no contexto familiar. Isso pode levar a um
diagnóstico errado, e, consequentemente, a uma medicação desnecessária. No fim,
ele se torna o único “doente” daquela família. Na maioria dos casos, não há
necessidade de remédios.
Isso
acontece em prontos-socorros, quando plantonistas dão remédios para “se livrar”
do paciente?
Sim, em
clínicas e emergências, através dos planos de saúde, que sofrem grande pressão
dos laboratórios fabricantes desses medicamentos.
Fonte: O Globo
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