Marcelaine saiu da Delegacia Especializada em Homicídios e
Sequestros
(DEHS) na tarde deste sábado (27) (Foto: Indiara Bessa/G1 AM)
A socialite Marcelaine Schumann, apontada como a mandante de uma
tentativa de homicídio ocorrida em novembro de 2014, foi transferida
para o Centro de Detenção Provisória (CDP), localizado no Km 8 da
BR-174. Ela, que estava em liberdade desde março, voltou a ser presa
após serem detectadas violações de medidas cautelares - a socialite
usava tornozeleira eletrônica e não deveria sair do perímetro
estabelecido pela Justiça e nem se aproximar da vítima do crime.
Marcelaine foi encaminhada à unidade prisional na tarde deste sábado
(27). Além dela, outra acusada do crime, Karen Arevalo, também foi presa
e encaminhada ao CDP.
Segundo investigações sobre a tentativa de assassinato ocorrida em
novembro do ano passado, Marcelaine teria prometido R$ 7 mil a um
atirador para matar a universitária Denise da Silva, de 34 anos, porque
ela tinha um caso com seu amante. A vítima foi baleada no estacionamento
de uma academia no Centro de Manaus.
O G1 tentou contato com a Secretaria de Estado de
Administração Penitenciária (Seap) para saber se Marcelaine e Karen
ficarão em alguma área específica do CDP. A reportagem aguarda resposta
do órgão.

Marcelaine (esquerda) é apontada como mandante
da tentativa de homicídio contra Denise
(Foto:Reprodução/G1 AM)
Vítima diz que socialite 'rondava' sua casa
Na quinta-feira (25), Denise conversou com o G1 e disse que Marcelaine estaria rondando próximo à sua casa e à academia que frequenta. Por meio de assessoria, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que não haviam sido registradas violações da socialite.
No entanto, na decisão do juiz, assinada no dia 24 de junho, constam
informações prestadas pela autoridade competente do Centro de Operações e
Controle do Sistema Penitenciário. Segundo o documento, foram
constatadas diversas violações ao benefício de liberdade provisória
concedido às acusadas.
"Diante do descumprimento das medidas cautelares que foram impostas às
acusadas, decreto a prisão preventiva das nacionais Marcelaine Santos
Schumann e Karen Arevalo Marques, conforme o art. 312", diz o juiz na
decisão.
"Ocorre que, supervenientemente, as acusadas descumpriram as medidas impostas", afirma outro trecho do documento.
Entenda o caso
A universitária Denise Silva foi baleada no dia 12 de novembro de 2014 no estacionamento de uma academia localizada na Avenida Getúlio Vargas, no Centro de Manaus. O atirador disparou três vezes contra o carro em que ela estava. Dois tiros atingiram a vítima. A ação foi registrada pelo circuito de vigilância do estabelecimento.
Ela foi levada para o hospital em 28 de agosto e depois transferida
para uma unidade de saúde particular da capital. A mulher recebeu alta
dois dias após o crime.
Além de Marcelaine, quatro pessoas foram presas pelo crime. "A mandante
criou na cabeça dela que o namorado estava tendo um caso com a Denise.
Ela ofereceu R$ 7 mil para o executor matar ou aleijar a vítima, mas
eles receberam apenas R$ 4 mil", disse o delegado Paulo Martins, então
titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS),
logo após a prisão de três pessoas envolvidas no crime.
Rafael Leal dos Santos, de 25 anos, conhecido como "Salsicha", é
apontado como o atirador. Ele foi preso na casa do avô na cidade de
Anori, a 234 km de Manaus. O homem teria recebido R$ 3.500 pelo crime.
Depois de ser preso, Rafael confessou a tentativa de homicídio e
apontou a participação de outras duas pessoas no crime: Charles Mac
Donald Lopes Castelo Branco, de 27 anos, que teria negociado o crime com
a mandante, e Karen Arevalo Marques, de 22 anos, que intermediou o
aluguel da arma usada na tentativa de homicídio. Karen e Charles foram
presos na Rua Miratinga, bairro Jorge Teixeira, Zona Leste de Manaus.
No dia 19 de dezembro, a polícia prendeu o vigilante Edney Costa Gomes,
de 26 anos, por envolvimento no crime. Ele teria sido o responsável por
indicar e fornecer contatos de "Mac Donald", primo dele, e de Rafael
Santos (autor dos disparos). De acordo com a polícia, Edney foi
procurado por um vigilante que era colega de faculdade da socialite para
cometer o crime. Ele teria recusado uma proposta de R$ 6.500 por medo.

Empresário Marcos Souto é apontado como pivô de
crime (Foto: Cláudio Alfon/CBNAmazônia/Reprodução)
Segundo a Polícia Civil, no dia em que o crime ocorreu, Marcelaine, que
é casada com um empresário, viajou para o exterior. Ela retornou à
capital do Amazonas no dia 5 de janeiro deste ano, e foi presa pela
Polícia Federal ao desembarcar no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes,
na Zona Oeste de Manaus.
Após realizar exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML),
a socialite foi levada para o Centro de Detenção Provisório Feminino
(CDPF), localizado no km 8 da BR-174 (Manaus/Boa Vista).
Dez dias depois de voltar a Manaus, Marcelaine foi ouvida pela Polícia
Civil. No depoimento, ela negou o crime, mas foi indiciada. De acordo
com a polícia, a intenção da socialite era matar ou "aleijar" a vítima.
No dia 6 de março, ocorreu a primeira audiência de instrução do caso.
Marcelaine e os outros réus foram ouvidos, assim como Denise e o
empresário Marcos Souto, apontado como pivô do crime. Após depoimento,
Souto foi preso sob suspeita de falso testemunho. Ele foi liberado no
dia seguinte.
Fonte: G1/AM
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