A casa do Barão de Camocim, no Centro, chama atenção não
pela
suntuosidade, mas pelo estado de abandono:
pintura gasta, reboco caindo e
janelas quebradas
Alheios ao “progresso” e à moderna arquitetura que vem se consolidando
nos últimos tempos, alguns imóveis históricos, que contam importante
parte da história de Fortaleza, resistem ao tempo e ao descaso e
permanecem de pé. Alguns acabam ganhando novo “fôlego” ao sediarem
órgãos dos governos municipal, estadual e federal. Outros, no entanto,
vão se acabando aos poucos, por falta de manutenção e reparos básicos.
Casarão na Avenida da Universidade passa por reparos e vai sediar
o Instituto de Previdência do Município (IPM).
Obras devem terminar em
2016
Fotos: Kiko Silva
“A pior coisa que se pode fazer com uma casa é abandoná-la, porque
ela se acaba”, comenta o pesquisador Miguel Ângelo de Azevedo, conhecido
como Nirez. Exemplo de bem histórico que vai sediar um órgão da
Prefeitura é um casarão da Avenida da Universidade, próximo à Avenida
Heráclito Graça. O imóvel, construído em 1898, pertencia a Newtel Maia,
que havia ganhado muito dinheiro no Acre e resolveu voltar para o Ceará,
onde construiu a casa para sua residência, conta Nirez. Porém, ao que
se sabe, não chegou a ocupá-la, vendendo-a a Adolfo Cordeiro de Moraes
Campelo.
Em 1938, o casarão sediou o Colégio de Fortaleza e, recentemente, a clínica ortopédica Godoy Moreira. Inicialmente, o prédio era listrado horizontalmente de vermelho e branco, com pintura à base de “guarnecido” ou “estuque”. O imóvel, uma das últimas residências do século XIX, ainda preserva as características originais de quando foi construído.
Após passar por reparos, ele será a nova sede do Instituto de Previdência do Município (IPM) – que oferece a aposentados e pensionistas espaço exclusivo com áreas de lazer, revistaria, reuniões e eventos. As obras, iniciadas em janeiro deste ano, têm previsão de término em 26 meses, ou seja, em março de 2016, e custará R$ 10,4 milhões. Ao lado do casarão, um novo prédio do IPM está sendo erguido.
A assessoria de imprensa do Instituto informa que as obras seguem em ritmo acelerado. A estrutura do prédio está na fase de acabamento e, no início deste mês, deverá ser concluída a primeira laje. Após ser recuperado, o casarão deve ser tombado pelo Município.
Enquanto a nova sede e o restauro do imóvel não ficam prontos, as atividades do IPM são realizadas em cinco prédios do órgão, o que dificulta os trabalhos e causa transtornos aos usuários. A construção tem como objetivo centralizar as sedes do Instituto, o que, segundo a assessoria, implicará na redução de 40% a 60% dos custos.
Imponência
Não muito longe da futura sede do IPM, a imponente Casa do Barão de Camocim, na Rua General Sampaio, bairro Centro, chama atenção não pela sua suntuosidade, mas pelo estado de abandono. A pintura gasta, os pedaços de reboco da parede caindo e as janelas quebradas dão sinal da situação de depredação em que o imóvel, de propriedade do Município, se encontra.
“O mal do governo é que ele cria leis, mas não tem dinheiro para executá-las. Uma casa como essa, que é tombada pelo Município, deveria contar com uma verba para manutenção. Por isso, quando anunciam que determinado prédio vai ser tombado, eles derrubam logo. O máximo que acontece é eles terem que pagar uma multa, valor que tiram em cima do que vai ser feito ali”, critica Nirez.
Em relação a bens privados tombados pela Prefeitura, Magela Lima, secretário de Cultura de Fortaleza, comenta que, perante a Legislação Municipal de Patrimônio, a única vantagem financeira é a isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Entretanto, cita que há uma linha de financiamento em parceria com o governo federal que oferece baixo custo e pagamentos a longo prazo para que esses imóveis sejam restaurados. Na Capital, alguns proprietários já começaram a receber o recurso.
Sobre os prédios de importância histórica do Município, o secretário informa que há um trabalho para que sejam reformados. Como exemplo, cita a sede do IPM e o Mercado da Aerolândia, que passam por restauro. Até o fim do ano, informa que deverão começar as intervenções na praça e no Teatro São José. Para 2015, a expectativa é que seja iniciada a reforma na Casa do Barão de Camocim e na Escola Jesus Maria José.
“A Casa do Barão de Camocim faz parte do complexo da Vila das Artes. Embora o prédio ainda não esteja em uso, são realizadas ações constantes lá”, destaca Magela. Ele acrescenta que o grande problema é a captação de recursos. “A gente tem que correr atrás de financiamento para executá-los”, esclarece.
Em 1938, o casarão sediou o Colégio de Fortaleza e, recentemente, a clínica ortopédica Godoy Moreira. Inicialmente, o prédio era listrado horizontalmente de vermelho e branco, com pintura à base de “guarnecido” ou “estuque”. O imóvel, uma das últimas residências do século XIX, ainda preserva as características originais de quando foi construído.
Após passar por reparos, ele será a nova sede do Instituto de Previdência do Município (IPM) – que oferece a aposentados e pensionistas espaço exclusivo com áreas de lazer, revistaria, reuniões e eventos. As obras, iniciadas em janeiro deste ano, têm previsão de término em 26 meses, ou seja, em março de 2016, e custará R$ 10,4 milhões. Ao lado do casarão, um novo prédio do IPM está sendo erguido.
A assessoria de imprensa do Instituto informa que as obras seguem em ritmo acelerado. A estrutura do prédio está na fase de acabamento e, no início deste mês, deverá ser concluída a primeira laje. Após ser recuperado, o casarão deve ser tombado pelo Município.
Enquanto a nova sede e o restauro do imóvel não ficam prontos, as atividades do IPM são realizadas em cinco prédios do órgão, o que dificulta os trabalhos e causa transtornos aos usuários. A construção tem como objetivo centralizar as sedes do Instituto, o que, segundo a assessoria, implicará na redução de 40% a 60% dos custos.
Imponência
Não muito longe da futura sede do IPM, a imponente Casa do Barão de Camocim, na Rua General Sampaio, bairro Centro, chama atenção não pela sua suntuosidade, mas pelo estado de abandono. A pintura gasta, os pedaços de reboco da parede caindo e as janelas quebradas dão sinal da situação de depredação em que o imóvel, de propriedade do Município, se encontra.
“O mal do governo é que ele cria leis, mas não tem dinheiro para executá-las. Uma casa como essa, que é tombada pelo Município, deveria contar com uma verba para manutenção. Por isso, quando anunciam que determinado prédio vai ser tombado, eles derrubam logo. O máximo que acontece é eles terem que pagar uma multa, valor que tiram em cima do que vai ser feito ali”, critica Nirez.
Em relação a bens privados tombados pela Prefeitura, Magela Lima, secretário de Cultura de Fortaleza, comenta que, perante a Legislação Municipal de Patrimônio, a única vantagem financeira é a isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Entretanto, cita que há uma linha de financiamento em parceria com o governo federal que oferece baixo custo e pagamentos a longo prazo para que esses imóveis sejam restaurados. Na Capital, alguns proprietários já começaram a receber o recurso.
Sobre os prédios de importância histórica do Município, o secretário informa que há um trabalho para que sejam reformados. Como exemplo, cita a sede do IPM e o Mercado da Aerolândia, que passam por restauro. Até o fim do ano, informa que deverão começar as intervenções na praça e no Teatro São José. Para 2015, a expectativa é que seja iniciada a reforma na Casa do Barão de Camocim e na Escola Jesus Maria José.
“A Casa do Barão de Camocim faz parte do complexo da Vila das Artes. Embora o prédio ainda não esteja em uso, são realizadas ações constantes lá”, destaca Magela. Ele acrescenta que o grande problema é a captação de recursos. “A gente tem que correr atrás de financiamento para executá-los”, esclarece.
Luana Lima
Repórter
Repórter
Fonte: Diário do Nordeste.
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