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sábado, 25 de julho de 2015

Dólar atinge maior valor em mais de 12 anos

Incertezas em relação ao rumo da economia brasileira e a cautela com a crise política no país levaram o dólar à terceira alta consecutiva em relação ao real ontem. A moeda americana chegou a bater R$ 3,357 durante o dia e fechou no maior valor em mais de 12 anos.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve valorização de 1,60% no dia e de 4,82% na semana, para R$ 3,341 na venda. É a maior cotação nominal desde 28 de março de 2003, quando estava em R$ 3,375 -em valor real.

Já o dólar comercial, utilizado no comércio exterior, avançou 1,57%, para R$ 3,347 na venda -valor nominal mais alto desde 31 de março de 2003. Na semana, houve alta de 4,82%.

A aversão ao risco também continuou pesando sobre a Bolsa brasileira: o principal índice de ações nacional, o Ibovespa, encerrou a sessão em baixa de 1,13%, para 49.245 pontos -renovando a menor pontuação desde 16 de março, quando estava em 48.848 pontos. O volume financeiro foi de R$ 6,773 bilhões.

Com este desempenho, a queda acumulada pelo Ibovespa na semana chegou a 5,91%. Foi a segunda perda semanal consecutiva e a mais acentuada desde o período entre 8 e 12 de dezembro de 2014, quanto cedeu 7,68%.
 
Ajuste fiscal

Segundo operadores, o mercado continuou digerindo a decisão de corte da meta fiscal do governo brasileiro, anunciada na noite de quarta-feira (22) pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento).

Agora, o governo espera fazer superavit primário de R$ 8,7 bilhões (0,15% do PIB) em 2015. Antes, o alvo era de R$ 66,3 bilhões (1,1% do PIB).

Com a perspectiva de que a dívida pública aumente, o Brasil corre risco de perder o chamado grau de investimento -selo de bom pagador, obtido em 2008, quando o país entrou na rota dos grandes investidores. A leitura é que o país terá de conviver com juros elevados por um período mais longo.

“É um medo que a gente não via há muito tempo, e compromete o desenvolvimento econômico que atingimos para chegar a esta classificação”, disse Fabiano Rufato, gerente de câmbio da Western Union no Brasil.
 
Reação

“Muitos movimentos políticos e econômicos são percebidos com antecedência e colocados nos preços dos ativos. É o que está acontecendo, com o mercado”, disse Fernando Bergallo, diretor de câmbio da TOV Corretora.

Ele ressaltou que a crise econômica que o Brasil vive fragiliza o governo e deteriora ainda mais o quadro político no país. “O Executivo não consegue conversar com o Legislativo, o que atrasa as aprovações de medidas do ajuste fiscal e ameaça ainda mais a nota de risco brasileira. Neste cenário, o mercado se sente perdido”

Das 66 ações do Ibovespa, apenas 14 tiveram valorização ontem Os papéis de exportadoras do setor de papel e celulose estiveram entre os ganhos, assim como no último pregão, beneficiados pela alta do dólar. Fibria ganhou 1,26%, para R$ 44,08. As ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, perderam 1,28%. (das agências)


Fonte: O Povo Online

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