A Universidade Federal do Ceará (UFC) deverá ter pelo menos 783
alunos beneficiados pelo sistema de cotas já no primeiro semestre letivo
de 2013. O valor corresponde a 12,5 % do total de 6.264 vagas a serem
ofertadas pela instituição no próximo ano, através do Sistema de Seleção
Unificado.
Até 2016, 50% das vagas das universidades e institutos federais devem
ser destinadas a pessoas oriundas de escolas públicas, os quais serão
divididos em duas categorias, por renda: os que têm renda familiar
mensal menor que 1,5 salário-mínimo e os que têm renda maior que 1,5
salário. Dentre esses, metade da reserva será para pessoas que se
autodeclaram negras, pardas e indígenas.
O Instituto Federal do Ceará (IFCE) poderá reservar 50% das vagas
para cotistas já no primeiro ano da implantação. Essa é a intenção da
instituição, segundo o pró-reitor de Ensino, Gilmar Lopes Ribeiro. A
decisão ainda deve discutida para ser formalizada na reunião do conselho
em novembro. O percentual também deve valer para as vagas de ensino
técnico na Instituição, também no primeiro semestre de 2013. O semestre
está previsto para começar em junho, devido à defasagem no calendário
pós-greve.
Nas duas universidades, a decisão pelo percentual de cotistas deve
abranger todos os campi e todos os cursos, inclusive, curso a distância e
semipresenciais.
Manifestações
Durante a manhã desta terça-feira, representantes da UFC,
professores, estudantes e integrantes de movimentos sociais se reuniram
na reitoria da UFC para debater a implantação de cotas.
De acordo com a professora Kelma Cristina, integrante do Movimento
'Cotas Já', não existe nenhum “fator complicador” para ampliar as cotas
na UFC. “Precisávamos que a universidade tivesse uma conversa direta com
a sociedade”, disse. A professora considera muito pequena a proporção
adota inicialmente de 12,5%. “É uma gota no oceano”, disse.
Uece não seguirá modelo
A Universidade Estadual do Ceará (Uece) não tem planos de aderir ao
sistema de cotas. Segundo o o reitor da instituição, Jackson Sampaio, a
Uece não deve seguir os modelos do Governo Federal. Contudo, ele afirmou
que a universidade passa por um momento de discussões acerca das
políticas de acesso e de outros temas importantes para o Plano de Gestão
da Uece até 2012. No dia 30 de novembro, será realizada uma conferência
com mais de mil inscritos para discutir os rumos da universidade.
Para Jackson Sampaio, a melhor saída não é o sistema de cotas, mas o
aumento de vagas na universidade. Ele disse estimar que o Brasil
precisa, em média, de oito vezes mais vagas no ensino superior do que o
ofertado atualmente. Um levantamento feito pela reitoria da Uece estima
que 49% dos alunos atualmente são egressos da escola pública. A pesquisa
se refere aos alunos que entraram no primeiro semestre letivo dos
últimos três anos. “Na prática, sem lei alguma, já estamos perto de
alcançar metade dos estudantes vindo da escola pública”, afirmou o
reitor.
Fonte: Diário do Nordeste.
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