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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Cão pode detectar infecção hospitalar, sugere estudo holandês

 
Cliff, da raça beagle, foi capaz de detectar com 83% de eficácia uma superbactéria apenas cheirando as salas com pacientes infectados Imagem: VU University Medical Centre

O “melhor amigo do homem”, o cão (Canis lupus familiaris, uma subespécie de lobo-cinzento), pode estreitar ainda mais essa “amizade”.

Pelo menos no que depender de pesquisadores da Universidade VU (Amsterdã, Holanda) os cães podem passar a ser parte dos esforços no combate às temidas infecções hospitalares e o segredo disso está no apuradíssimo olfato da espécie.

No experimento, um cachorro da raça beagle, apelidado de Cliff, foi capaz de detectar a presença da superbactéria Clostridium difficile com 83% de sensibilidade e 98% de especificidade, apenas cheirando as salas onde pacientes infectados e sadios estavam.

Quando o mesmo cheirou as fezes de pacientes infectados em comparação com as de pacientes sadios, o índice subiu para 100% de sensibilidade e caiu para 94% de especificidade. A superbactéria identificada por Cliff geralmente afeta pacientes idosos que estão sendo tratados com antibióticos. Ela provoca diarreia e, em casos extremos, inflamação intestinal e a morte.

Os exames de laboratório usados atualmente são lentos, caros e podem atrasar o início do tratamento em até uma semana. Os cientistas envolvidos no estudo holandês afirmaram que usar um cachorro nos hospitais para detectar os pacientes infectados é uma forma “rápida, eficaz e popular” de evitar a propagação da bactéria.

A ideia de treinar um cachorro para detectar a Clostridium difficile surgiu quando os pesquisadores do Centro Médico da Universidade VU, de Amsterdã, notaram que as fezes contagiadas pela bactéria emitiam um odor específico. Cliff, que nunca tinha sido treinado para aprender a detectar a bactéria, passou por dois meses de instrução para farejar os odores da bactéria em amostras de fezes e em pacientes contagiados. Cliff tinha que se sentar ou deitar quando o micro-organismo estivesse presente.

“Cliff  demonstrou ser rápido e eficaz, rastreando uma sala completa do hospital para buscar os pacientes com as infecções da C. difficile em menos de dez minutos. Para os propósitos de detecção, o cão não precisou de uma amostra de fezes ou do contato físico com os pacientes”, afirmaram os autores da pesquisa. Tudo indica que os cães podem detectar a C. difficile no ar em volta dos pacientes”, afirmou a nota da equipe holandesa.

O método, no entanto, enfrenta resistência de parte da comunidade médica devido o temor de que cães em ambiente hospitalar possam trazer novas infecções ou propagar as já existentes. Além disso, o método não deve substituir exames mais específicos em pacientes infectados.

De todo modo, esse e outros estudos em que cachorros foram capazes de detectar tipos de cânceres, como o de pulmão, apontam para um novo degrau no conhecimento sobre as relações entre humanos e caninos, que podem já ter mais de cem mil anos.

Fonte: Diário do Nordeste.

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