O colaborador do Diário do Nordeste, em Canindé, Antônio Carlos
Alves, traz excelente reportagem sobre as araras híbridas do zoológico
daquela cidade. Está na Página de Bem-Estar Animal, publicada toda
terça-feira no Caderno Regional do Diário. Confiram:

As araras foram apreendidas pelo Ibama em criatório ilegal e levadas para o Zoológico de Canindé FOTOS: ANTÔNIO CARLOS ALVES
Canindé. O Zoológico de São Francisco, mantido pela Igreja Católica,
neste município, está com uma atração para os visitantes. É um casal de
araras híbridas, resultado do cruzamento de duas espécies da ave. O
veterinário do zoológico, Henrique Weber, explica que uma é a arara
catalina, resultado do cruzamento das variações canindé e piranga; a
outra é a arara piranga, fruto da união da canindé com a vermelha.
“As aves se adaptaram muito bem à nova morada”, afirma ele, complementando que elas foram trazidas ao município, após apreensão em criação ilegal no Rio Grande do Norte.
Ele explica que nem todos os animais híbridos são estéreis. “Pesquisas afirmam que o processo de hibridação pode ocorrer de forma natural e espontânea na própria natureza. Porém, a maior parte dos híbridos existentes foi criada em cativeiro, mas a criação propositada de híbridos em cativeiro é muito discutida e no Brasil não é permitido´´, explica o veterinário.

Veterinário Henrique Weber e estudantes de
Veterinária da Paraíba fazem manejo na ave acolhida pelo Zoológico de
Canindé FOTOS: ANTÔNIO CARLOS ALVES
As aves foram apreendidas no Rio Grande do Norte de um criador ilegal. O
Ibama decidiu mandou para Canindé, porque o zoológico do município é
cadastrado na instituição e cumpre todas as regras do Instituto na
criação de animais apreendidos.
“As aves são hoje o xodó dos tratadores, dos visitantes e todos aqueles que conhecem um pouco desse processo. É um casal de araras saudável e que se entendem muito bem. Fico feliz em poder cuidar dessa espécie rara no Ceará´´, diz o veterinário.
O zoológico de Canindé é uma referência em reintrodução de animais no Brasil. Foi inaugurado em 1991, pelo ex-vigário da Paróquia do município, frei José Batista. Realiza trabalho exemplar no tratamento de animais e aves que chegam ao local em estado crítico.

Veterinário Henrique Weber diz que o Brasil proibe a hibridização de aves.
Só criadores ilegais cometem o crime
Muitas espécies foram doadas por romeiros. O local possibilita um
criatório que se assemelha aos ambiente natural das espécies que são
socorridas.
Os estudantes de Medicina Veterinária do Instituto Federal de Campina Grande, Davi Emanuel e Beatriz Barbosa Correia, viajaram vários quilômetros para conhecerem de perto a vida dessas aves. “É importante esse conhecimento. Na Paraíba, a referência do Zoológico de Canindé é muito boa. Todos os estudantes da área têm vontade de vir conhecer de perto esse processo readaptação dos animais e das aves que é feito aqui´´, disse Davi.
Veterinários e estudantes da área fazem o manejo nas aves. O zoológico é referência na recuperação de animais vítimas de maus-tratos
O estágio dos alunos tem a finalidade de fortalecer o intercambio entre o Instituto Federal e o Zoológico de Canindé.
O local é um dos mais modernos do Estado do Ceará. Mantêm 287 animais, sendo 14 espécies de répteis, 32 aves e 18 mamíferos que recebem tratamento especial durante 24 horas. Para manutenção dos criatórios, a Paróquia gasta cerca de R$ 18 mil por mês, sem contar com o pagamento dos cinco tratadores que se revezam todos os dias.
De acordo com Henrique Weber, o termo híbrido pode ser entendido como o resultado do cruzamento entre duas variedades da mesma espécie de aves. Na natureza, o híbrido é uma ocorrência rara que acontece na maior parte das vezes pela ação do homem ao degradar o meio ambiente, ou seja, os habitat de determinadas espécies”, diz ele.
“A capacidade reprodutiva dos híbridos classifica-se como fértil quando machos e fêmeas têm 100% da possibilidade de se reproduzir. Já nos estéreis, não há capacidade de reprodução. Nos semi férteis ou parcialmente fecundos, somente os machos ou as fêmeas têm capacidade de se reproduzir. Os híbridos, quando não férteis, não são registrados como espécie nova, pois não têm possibilidade de se reproduzir e criar uma população´´, explica o veterinário.
Os híbridos apresentam coloração diversa, sendo uma composição da coloração dos pais. Podem trazer tons esverdeados nas penas da parte superior da asa (manto), entre outras partes do corpo também coloridas
Mais informações
Zoológico de São Francisco
Praça do Romeiro – Centro
Telefone: (85) 3343. 1811
Aberto de 8h às 17h, ao preço de
R$ 1,00. É gratuito para crianças
Praça do Romeiro – Centro
Telefone: (85) 3343. 1811
Aberto de 8h às 17h, ao preço de
R$ 1,00. É gratuito para crianças
ANTÔNIO CARLOS ALVES
COLABORADOR
COLABORADOR
Fonte: Diário do Nordeste
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