O calor dissipado pelo consumo de energia em todo o mundo pode ser
responsável pelo aumento de temperatura durante o inverno em regiões do
hemisfério norte, notadamente na Ásia e na América do Norte, aponta um
estudo publicado no site da "Nature Climate Change" neste domingo (27).
A elevação de temperatura estimada chega a cerca de 1º C, segundo a
pesquisa, realizada por cientistas da Universidade Estadual da Flórida e
da Universidade da Califórnia, ambas nos Estados Unidos.

Mapa dos EUA mostra regiões do país iluminadas pelo consumo de energia
(Foto: Divulgação/Nasa Earth Observatory/NOAA)
Apesar do consumo de eletricidade e de combustíveis fósseis por
indústrias, prédios, casas, veículos e outras estruturas de grandes
cidades ser distribuído pela superfície do planeta, e o calor dissipado
equivaler a só 0,3% do total da energia levada para regiões mais remotas
do planeta pela circulação atmosférica, este aquecimento produzido por
humanos pode ter efeito na temperatura do ar a quilômetros de distância.
Ao ser carregado pela circulação atmosférica, dizem os pesquisadores, o
calor dissipado afeta regiões distantes dos grandes centros urbanos.
"Nós identificamos impactos climáticos plausíveis causados pelo consumo
de energia, usando um modelo de escala global", afirmam os cientistas no
estudo.
A maior parte dos modelos que simulam mudanças climáticas ignora o
consumo de energia e o calor dissipado por ele - o elo que provavelmente
está faltando para explicar o aquecimento em certas regiões do planeta,
segundo a pesquisa.
A estimativa se encaixa com medições de crescimento de temperatura na
segunda metade do século 20 com relação a períodos anteriores, dizem os
pesquisadores. O calor dissipado pode ter elevado a temperatura em até
1º C na Rússia e no norte da Ásia, e em 0,8º C nas pradarias do Canadá,
de acordo com o modelo estudado.
Fonte: G1.
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