A presidente Dilma Rousseff conforta familiar de vítima da
tragédia em Santa Maria, no Rio Grande do Sul (Foto: Roberto Stuckert
Filho / Presidência)
A presidente Dilma Rousseff
decretou neste domingo (27) luto oficial de três dias devido às 233
mortes ocorridas no incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS),
informou a assessoria de imprensa da Presidência da República.
A edição desta segunda-feira (28) do "Diário Oficial da União" deverá
trazer a publicação do decreto. Durante o período de luto, a bandeira
nacional deve ser hasteada em meio mastro em todas as repartições
públicas, estabelecimentos de ensino e sindicatos.
O decreto presidencial nº 70.274, de 1972, que regula as normas do
cerimonial público, prevê que, no caso de falecimento de autoridades
civis ou militares, o governo pode decretar luto de, no máximo, três
dias.
Dilma retornou ao Brasil às pressas neste domingo para comandar, in loco, as ações do governo federal no incêndio de Santa Maria.
A chefe de estado brasileira participava desde sábado (26), na capital
do Chile, de um encontro de cúpula de países latino-americanos e
europeus.
Por volta das 14h, Dilma compareceu ao Hospital de Caridade de Santa
Mariax, onde visitou feridos do incêndio na boate Kiss. Após passar pelo
hospital, a comitiva presidencial se dirigiu ao ginásio do Centro
Desportivo Municipal, onde está ocorrendo o reconhecimento dos corpos
das vítimas da tragédia.
Dilma conversou com alguns familiares que aguardam para fazer o
reconhecimento dos corpos, mas, muito emocionada, logo deixou o local
sem falar com a imprensa.
Agenda cancelada
Ao ser informada por auxiliares, na manhã deste domingo, sobre a extensão da tragédia no Rio Grande do Sul, a presidente Dilma Rousseff mandou cancelar todos os compromissos do dia previstos em sua agenda oficial em Santiago do Chile.
Segundo a assessoria da Presidência, entre os compromissos cancelados
por Dilma estavam encontros bilaterais com os presidente de Argentina,
Letônia e Bolívia.
Antes de embarcar de volta ao Brasil, a presidente entrou em contato
com integrantes do primeiro escalão para determinar que todos os
ministros ficassem de prontidão para auxiliar no atendimentos às vítimas
do incêndio e seus familiares.
De acordo com a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário,
Dilma também ordenou, direto do Chile, que uma equipe de técnicos e
peritos federais viajasse nesta tarde de Brasília para o Rio Grande do
Sulx para auxiliar nos trabalhos de identificação dos mortos.
Em declaração à imprensa em Santiago, Dilma chegou a chorar ao lamentar
as mortes de mais de 200 pessoas no incêndio da boate Kiss.
"Eu queria dizer à população do nosso país e de Santa Maria o quanto,
nesse momento de tristeza, estamos juntos. E necessariamente iremos
superar, mantendo a tristeza", disse a presidente com a voz embargada.
Repercussão política
Assim que começaram a circular as primeiras informações sobre a tragédia deste domingo no Rio Grande do Sul, uma onda de manifestações de autoridades, políticos e personalidades públicas tomou conta das redes sociais e da internet.
O vice-presidente da República, Michel Temer, foi um dos integrantes do
governo federal que prestou solidariedade às vítimas do incêndio pela
rede mundial. Em nota oficial, Temer relatou ter conversado com o
prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer, seu correligionário do PMDB,
para transmitir seu "pesar" pelo incidente.
“Todo o povo brasileiro se solidariza nesta hora trágica com o Rio
Grande do Sul. Por telefone, transmiti ao prefeito de Santa Maria, Cezar
Schirmer, meu pesar por este lamentável acidente que retirou a vida de
tantos jovens gaúchos. Expresso minha solidariedade também aos
familiares das vítimas", escreveu.
Em nota aberta ao governador gaúcho Tarso Genro, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB), afirmou estar profundamente chocado com a tragédia de Santa Maria.
"Minha primeira reação é de dirigir-me ao ilustre governador e, através
de sua pessoa, manifestar ao povo do Rio Grande do Sul, às famílias das
vitimas e a seu governo minha profunda solidariedade neste momento de
sofrimento que ultrapassa as fronteiras do seu estado e atinge e comove
todo o povo brasileiro", disse Sarney na carta oficial.
Fonte: G1
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