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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Grupo de bactérias pode ser um dos fatores por trás da obesidade humana, revela estudo chinês

 
Enterobacter cloacae pode ser um dos maiores responsáveis pela retenção de gordura no intestino humano Imagem: Centers for Disease Control and Prevention

A quantidade de calorias consumida por uma pessoa ou a falta de atividade física podem não ser os únicos vilões do que a Organização Mundial da Saúde (OMS) chama de “epidemia global de obesidade”.

Ironicamente, a “epidemia” pode ter entre outros fatores um fator realmente patogênico. De acordo com um estudo chinês. A cepa bacteriana Enterobacter cloacae B 29 pode ser um dos maiores responsáveis pelo ganho constante de peso.

O trabalho dos pesquisadores chineses envolveu humanos e camundongos e um dos experimentos conseguiu levar um obeso de 26 anos a perder 51,4 kg em cerca de cinco meses. O voluntário nessa experiência tinha 1,72 m de altura e começou o tratamento com 174,8 kg.

Ele se alimentava quatro vezes ao dia, com uma média de 1.344 calorias diárias. Mas, além da restrição calórica, a alimentação foi planejada para cortar a multiplicação de bactérias Enterobacter em seu intestino. Exames mostraram que ela representava 35% das bactérias no intestino dele, antes do estudo.

Após nove semanas com o mingau especialmente preparado para o experimento, essa proporção caiu para 1,8%. Em 23 semanas, a bactéria passou a níveis indetectáveis. Até aí, no entanto, havia apenas uma correlação entre a ”B29″ e a perda de peso. Para tirar a prova, os cientistas usaram camundongos. Em alguns, eles introduziram a bactéria no paciente, em outros, não. Então, passaram a alimentar os animais com uma dieta de alta caloria. Os que tinham a bactéria logo desenvolveram obesidade e resistência à insulina. Os que estavam livres dela, não.

Outras bactérias intestinais também podem influir na obesidade

O resultado vem a corroborar estudos recentes, conduzidos inclusive no Brasil, que já indicavam que a composição da flora intestinal é determinante no desenvolvimento da obesidade. De acordo com o cientista Liping Zhao, da Universidade Jiao Tong de Xangai, um dos autores do estudo, “a B29 não é a única com esse efeito na obesidade. Nosso trabalho estabeleceu um protocolo para descobrir mais delas.”

Espera-se que o conhecimento das bactérias maléficas à digestão ajude a moldar as dietas. Além disso, o resultado pode explicar por que há pessoas que comem bastante mas engordam muito menos que outras. “A dieta é a ferramenta mais poderosa para moldar a saúde, parcialmente pela forma como muda a composição da microbiota intestinal”, destacou Zhao.

Curiosidades sobre a “Epidemia Global de Obesidade”

- O número de obesos no mundo mais que dobrou desde 1980.

- Em 2008, mais de 1,4 bilhões de adultos, acima de 20 anos de idade estavam acima do peso. Desse total, cerca de 200 milhões de homens e 300 milhões de mulheres sofriam de obesidade. 

- 65% da população mundial vive em países onde o excesso de peso mata mais que a desnutrição.

- Mais de 40 milhões de crianças com menos de cinco anos de idade estavam acima do peso, em 2010.

Fonte: Diário do Nordeste

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