Os temores de que a maior parte das espécies de animais e plantas da
Terra se extinguirá antes de ser descoberta pela ciência são
"alarmistas", concluiu um estudo internacional publicado esta semana na
revista "Science".
Cientistas examinaram as estimativas de que haveria 100 milhões de
espécies em todo o mundo e que elas estariam desaparecendo a uma taxa de
5% por década, o que significa que desapareceriam antes de os
pesquisadores terem a chance de identificá-las.
No artigo, cientistas de Nova Zelândia, Austrália e Grã-Bretanha
informam que os cálculos se baseiam em uma avaliação superestimada de
quantas espécies ainda seriam desconhecidas.
Lesma-do-mar listrada encontrada nas Filipinas
(Foto: Image courtesy of M. J. Costello)
Segundo os autores, cerca de 1,5 milhão de espécies de animais e
plantas já foram catalogadas, e modelos estatísticos demonstram que o
número total existente seria mais próximo dos 5 milhões do que dos 100
milhões.
O estudo também reduz as taxas de extinção a menos de 1% por década, um quinto do nível dos cálculos anteriores.
"Nossas descobertas são, potencialmente, uma boa notícia para a
preservação da biodiversidade global", afirmou o principal autor, Mark
Costello, da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia.
"Superestimar o número de espécies na Terra é contraproducente, porque
pode fazer as tentativas de descobrir e preservar a biodiversidade
parecerem desanimadoras. Nosso trabalho sugere que isso está longe da
verdade", acrescentou.
Nova
espécie de aranha-do-mar, da espécie 'Pseudopallene', é vista nas águas
rasas da costa noroeste da Austrália (Foto: Image courtesy of C. Taylor
and C. Arango)
Costello afirmou também que a pesquisa reforça a previsão de que todas
as espécies da Terra poderiam ser identificadas nos próximos 50 anos,
particularmente porque o número de taxonomistas – cientistas que
descrevem novas espécies – está aumentando.
"Nomear uma espécie dá reconhecimento formal à sua existência, tornando muito mais fácil a preservação", declarou o cientista.
No artigo, os estudiosos ainda admitiram que a Terra está no meio de
uma "fase de extinção em massa causada pelo homem", mas chegaram a
conclusões mais otimistas sobre a biodiversidade do que outros
cientistas, como os da Academia de Ciências da Califórnia.
Em 2011, a academia informou que, "apesar dos esforços intensivos para
documentar a vida na Terra, os cientistas estimam que mais de 90% das
espécies do planeta ainda estão por ser descobertas".
Lagosta
do gênero 'Puerulus' (acima) foi descoberta recentemente em águas
profundas no Oceano Índico. Abaixo, um novo gênero do crustáceo
'Meteoraxius meteor' foi coletado no Atlântico central (Fotos: Image
courtesy of Tin-Yam Chan/Image courtesy of M. Türkay, Senckenberg
Research Institute, Frankfurt, Germany)
"Frente à degradação e à perda de habitat em larga escala, muitas
dessas espécies estão desaparecendo antes que nós sequer tomemos
conhecimento de sua existência", apontou o órgão.
Costello e seus colegas destacam que todo encontro de biólogos ou
conservacionistas não estaria completo sem que preocupações como essas
sejam levantadas. Mas eles dizem também que o desenvolvimento da ciência
em áreas biológicas relevantes, como a Ásia e a América do Sul,
significa que agora mais cientistas do que nunca estão trabalhando para
identificar novas espécies.
Fonte: G1
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