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sábado, 2 de fevereiro de 2013

Viúva diz que marido morto em cirurgia de joelho foi 'cobaia'

Homem morreu em cirurgia por ser 'cobaia' (Foto: PA) 
 Cirurgia simples no joelho terminou de forma
trágica para britânico há quatro anos (Foto: PA)

A viúva de um homem que morreu durante uma cirurgia experimental de joelho na Grã-Bretanha acusou o médico responsável pelo procedimento de "brincar de Deus" e usar o marido dela como "cobaia".

Penny Belcuore, da cidade de Morton Bagot, no condado de Warwickshire, acaba de receber uma indenização (cujo valor não foi divulgado) por ter perdido o marido Luigi em outubro de 2009.

A indenização foi concedida por uma decisão de um tribunal de Birmingham, onde o caso está sendo julgado.

No entanto, Penny se disse "decepcionada" e "chocada" com o Conselho Médico Geral britânico, que não impediu o doutor James Richardson, responsável pela operação, de continuar a operar.

"Esse cirurgião me privou do meu melhor amigo e privou minhas crianças do melhor pai que elas poderiam ter", afirmou Penny.

Operação

Quando tinha 43 anos, Luigi concordou em participar do teste de uma nova técnica cirúrgica para tratar problemas de cartilagem no Hospital Ortopédico Robert Jones and Agnes Hunt.

A técnica incluía a injeção de ar no joelho, por meio de uma espécie de pistola cirúrgica adaptada pelo próprio médico. Ao tentar fazer o procedimento, porém, Richardson acabou injetando uma bolha de ar na corrente sanguínea de Luigi, o que fez seu coração parar em questão de segundos por embolia.

Pouco depois da operação, Penny, que já tinha duas filhas (Lidia, hoje com 6 anos, e Sienna, de 5) descobriu que estava grávida do terceiro filho – hoje com 2 anos.

"Gostávamos de caminhar na região dos Cotswolds, levando os cachorros para passear", lembra Penny.

"Depois que tivemos as meninas, Luigi as levava junto, mas ocasionalmente tinha uma dor no joelho e tropeçava, então foi ao médico para ver se descobria o que estava acontecendo."

A mulher de Luigi lembra que ele chegou em casa animado após falar com Richardson, por poder ser incluído nos experimentos sobre a nova técnica cirúrgica.

"Não desejo mal ao professor Richardson, mas precisamos ter alguma proteção contra pessoas que tentam brincar de Deus", disse Penny.

Decisão

Um painel médico está decidindo se Richardson continua apto para exercer suas atividades de cirurgião, apesar da morte de Luigi em 2009.

O tribunal deve se reunir ainda este ano para tomar uma decisão definitiva, mas até agora o médico continua tendo permissão para atuar.

Para Penny, se Richardson não tiver a licença cassada, "a justiça não terá sido feita". Ela conta que só conseguiu superar a tragédia porque sabia que isso era importante para suas crianças.

"Meu pai morreu em um acidente de carro quando eu tinha 6 anos e minha mãe nos criou – eu e mais três irmãos", contou.

"Não é da minha natureza ser uma pessoa negativa. Fui criada em um ambiente positivo e é para isso que tenho me esforçado, pelo bem dos meus filhos."

Fonte: G1.

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