Cirurgia simples no joelho terminou de forma
trágica para britânico há quatro anos (Foto: PA)
trágica para britânico há quatro anos (Foto: PA)
A viúva de um homem que morreu durante uma cirurgia experimental de
joelho na Grã-Bretanha acusou o médico responsável pelo procedimento de
"brincar de Deus" e usar o marido dela como "cobaia".
Penny Belcuore, da cidade de Morton Bagot, no condado de Warwickshire,
acaba de receber uma indenização (cujo valor não foi divulgado) por ter
perdido o marido Luigi em outubro de 2009.
A indenização foi concedida por uma decisão de um tribunal de Birmingham, onde o caso está sendo julgado.
No entanto, Penny se disse "decepcionada" e "chocada" com o Conselho
Médico Geral britânico, que não impediu o doutor James Richardson,
responsável pela operação, de continuar a operar.
"Esse cirurgião me privou do meu melhor amigo e privou minhas crianças do melhor pai que elas poderiam ter", afirmou Penny.
Operação
Quando tinha 43 anos, Luigi concordou em participar do teste de uma nova técnica cirúrgica para tratar problemas de cartilagem no Hospital Ortopédico Robert Jones and Agnes Hunt.
A técnica incluía a injeção de ar no joelho, por meio de uma espécie de
pistola cirúrgica adaptada pelo próprio médico. Ao tentar fazer o
procedimento, porém, Richardson acabou injetando uma bolha de ar na
corrente sanguínea de Luigi, o que fez seu coração parar em questão de
segundos por embolia.
Pouco depois da operação, Penny, que já tinha duas filhas (Lidia, hoje
com 6 anos, e Sienna, de 5) descobriu que estava grávida do terceiro
filho – hoje com 2 anos.
"Gostávamos de caminhar na região dos Cotswolds, levando os cachorros para passear", lembra Penny.
"Depois que tivemos as meninas, Luigi as levava junto, mas
ocasionalmente tinha uma dor no joelho e tropeçava, então foi ao médico
para ver se descobria o que estava acontecendo."
A mulher de Luigi lembra que ele chegou em casa animado após falar com
Richardson, por poder ser incluído nos experimentos sobre a nova técnica
cirúrgica.
"Não desejo mal ao professor Richardson, mas precisamos ter alguma
proteção contra pessoas que tentam brincar de Deus", disse Penny.
Decisão
Um painel médico está decidindo se Richardson continua apto para exercer suas atividades de cirurgião, apesar da morte de Luigi em 2009.
O tribunal deve se reunir ainda este ano para tomar uma decisão
definitiva, mas até agora o médico continua tendo permissão para atuar.
Para Penny, se Richardson não tiver a licença cassada, "a justiça não
terá sido feita". Ela conta que só conseguiu superar a tragédia porque
sabia que isso era importante para suas crianças.
"Meu pai morreu em um acidente de carro quando eu tinha 6 anos e minha mãe nos criou – eu e mais três irmãos", contou.
"Não é da minha natureza ser uma pessoa negativa. Fui criada em um
ambiente positivo e é para isso que tenho me esforçado, pelo bem dos
meus filhos."
Fonte: G1.
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