O novo prefeito de Trairi, no litoral oeste do Ceará,
tomou posse nesta sexta-feira (8). Francisco José Noronha (PMDB) foi o
segundo candidato mais votado nas eleições de 2012 e assumiu o cargo
depois que a Justiça determinou a cassação do mandato da prefeita
eleita, Regina Nara Batista (PSDB), do vice-prefeito eleito José Ademar
Barroso (PSL) e dos vereadores Henrique Mauro Filho (PSD) e Carlos
Gustavo Monteiro (DEM), condenados por compra de votos na eleição do ano
passado.
O afastamento da prefeita Regina Nara foi determinado pelo juiz
eleitoral Fernando Teles de Paula Lima. A prefeita e os demais
envolvidos na ação haviam recorrido ao Tribunal Regional Eleitoral
(TRE-CE), mas tiveram o pedido negado pelo juiz João Luis Nogueira
Matias. De acordo com o magistrado, “há provas robustas”, como
documentos, depoimentos e escutas telefônicas, de que houve compra de
voto. Apesar de terem sido afastados dos cargos que ocupavam, os
acusados ainda podem recorrer da decisão.
O caso
De acordo com o MPE, as investigações se iniciaram após a captação de conversas telefônicas gravadas com autorização da Justiça na linha de propriedade do então candidato a vice-prefeito da coligação "Trairi Nossa Terra, Nossa Gente". Nas conversas, segundo o Ministério Público, ele mostrava estar cometendo delitos com fins políticos juntamente com outros integrantes da coligação. Entre os delitos, conforme o MPE, está o relato de um “loteamento” prévio da prefeitura de Trairi, com o apoio da candidata eleita.
Os áudios captados pela Polícia Federal e as investigações preliminares
revelaram a atuação dos suspeitos em corrupção eleitoral. Segundo o MP,
as investigações revelaram promessas de vantagens pessoais e materiais,
como pagamento de poços profundos, material de construção, vale
combustíveis, aquisição de remédios, empregos na futura gestão
municipal, certidão de nascimento, transporte de pessoas, entre outras.
Ainda conforme as investigações, há citações referentes a transporte
ilegal de eleitores nos dias que antecederam e sucederam o pleito
municipal, promessa e venda de votos para a eleição da mesa diretora da
Câmara Municipal em 2013 com referência sobre a setorização das áreas
que alguns membros possuiriam na futura gestão municipal.
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