Cristais de novo de catalisador de rutênio produzido
por cientistas (Foto: Reprodução/"Nature")
por cientistas (Foto: Reprodução/"Nature")
Cientistas dizem haver criado uma maneira de extrair hidrogênio do
metanol usando um catalisador, o que pode, segundo eles, solucionar um
dos grandes obstáculos para criar um combustível limpo e viável
economicamente, aponta estudo publicado nesta semana no site da renomada
revista "Nature".
Segundo os pesquisadores, o novo catalisador de rutênio (um metal pouco
abundante, encontrado normalmente em minas de platina) permite obter
hidrogênio do álcool a partir de temperaturas de 65º C a 95º C,
consideradas relativamente baixas, e à pressão atmosférica normal.
Processos anteriores só permitiam que o gás fosse extraído do metanol a
temperaturas de 200° C e a pressões de 25 a 50 vezes superiores à da
atmosfera.
Os pesquisadores da Universidade de Rostock, na Alemanha, apontam que o
metanol, na forma líquida, pode ser facilmente transportado e
armazenado, ao contrário do hidrogênio, um gás difícil de ser guardado. O
metanol poderia ser usado no tanque de automóveis, por exemplo, onde
uma reação química com o catalisador produziria hidrogênio - que
serviria como combustível.
No processo, o metanol produziria três partes de hidrogênio e uma parte
de gás carbônico, que poderia ser "aprisionado" para evitar a liberação
na atmosfera e posteriormente reciclado. O hidrogênio, ao ser queimado
como combustível, produz grande quantidade de energia e libera vapor de
água como resíduo, segundo os pesquisadores.
"É difícil estimar quanta energia vai restar no hidrogênio [quando for
feita a catalisação]. O projeto ainda está em estágio inicial, a anos de
distância de ser produzido em larga escala", disse o engenheiro químico
Matthias Beller, um dos autores da pesquisa, à revista "Nature".
"Mas nós pensamos que [o estudo] pode ser útil para transformar o
metanol em uma fonte intermediária de energia viável, com potencial para
liberar hidrogênio que gere eletricidade para alimentar baterias de
celulares, computadores e até carros", ressaltou o engenheiro.
Para o pesquisador Edman Tsang, da Universidade de Oxford, no Reino
Unido, a pesquisa é atraente devido à temperatura relativamente baixa em
que ocorre a reação química de catalisação. "É uma descoberta
importante", disse ele à "Nature".
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