Os números de homicídios registrados
pela Secretaria da Segurança Pública do Estato do Ceará (SSPDS) no mês
de janeiro revelaram um dado preocupante. O último balanço divulgado
pelo órgão informou que 163 pessoas foram assassinadas nesse período. Em comparação com as outras capitais do Nordeste, Fortaleza apresentou o maior número.
O levantamento feito junto às secretarias dos estados nordestinos mostrou que a capital cearense ficou na frente
de Maceió (87), João Pessoa (64), São Luís (64), Recife (42), Teresina
(23) e Aracaju (19). A escolha de janeiro como o mês de comparação foi
feita por causa da não conclusão do balanço de fevereiro.
O governo estadual da Bahia afirmou que não está autorizado a divulgar os números de homicídios, mas garantiu que foi menor do que o registrado em Fortaleza. Já o governo do Rio Grande do Norte esclareceu que o balanço ainda não foi fechado.
Fortaleza teve o 3° maior crescimento na taxa de mortes por arma de fogo entre as capitais
O Mapa da Violência 2013 – Mortes Matadas por Armas de Fogo
também revelou que Fortaleza foi a terceira capital brasileira em que
houve maior crescimento na taxa de assasinatos por armas de fogo num
intervalo de onze anos.
Enquanto em
2000, Fortaleza apresentava uma taxa de 16,2, esse balanço aumentou para
47,3 assasinatos a cada 100 mil habitantes, representando um crescimento de 192,5 %. A capital cearense está atrás somente de Maceió, com 199%, e São Luís, com 215%.
Os
dados informam que 6.615 pessoas foram assassinadas por armas de fogo,
somente em Fortaleza, entre 2000 e 2010. O pesquisador Geovani Facó, do
Laboratório de Estudos da Conflitualidade e da Violência, ressalta que é
preciso ser analisada como a população está armada. “Ainda é um assunto
pouco pesquisado, mas o tráfico de armas influenciou bastante nesse
aumeto percentual”, diz.
Facó
acredita que todo esse crescimento é consequência de uma estratégia
ineficaz da segurança pública. Para ele, a militarização gera a falta de uma ação estratégica
para combater o crime organizado e o tráfico de armas. “Há um
esvaziamento de ações preventivas e um crescimento de atuações
repressivas. Essa concepção equivocada na formação da segurança pública
teve papel fundamental nessa quantidade de assassinatos na Capital”,
completa o pesquisador.
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