Nos últimos anos, o mercado de trabalho no Brasil evoluiu para uma
situação próxima do pleno emprego, ao mesmo tempo em que o rendimento
dos ocupados deu um salto. Mas uma desigualdade a economia brasileira
ainda não conseguiu derrubar: a disparidade de salários entre
trabalhadores do sexo masculino e feminino. Homens chegam a ganhar, na
média, até 66% mais do que mulheres com o mesmo grau de escolaridade -
no caso, superior completo. A informação é de um levantamento do Estadão
Dados, feito com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais),
do Ministério do Trabalho e Emprego, referente a 2011, dado mais recente
disponível.
No geral, o salário médio dos homens era de R$
1.965,07, ante R$ 1.636,60 das mulheres, o que representa uma diferença
de 20% a favor dos trabalhadores do sexo masculino. Essa diferença se
mantém praticamente inalterada pelo menos desde 2006.
Por nível de
ensino, a desvantagem do chamado sexo frágil é crescente, com exceção
da faixa de trabalhadores com ensino superior completo. Em 2007, homens
nessa condição ganhavam, em média, 78% mais que mulheres. A diferença
caiu nos anos seguintes e atingiu 66% em 2011. A diferença fica menor
nas pontas: entre analfabetos e com doutorado, faixas em que o salário
médio dos homens é 20% maior que o das mulheres.
Para se
ter ideia da disparidade, o salário médio de homem que ocupa cargo de
diretor é quase duas vezes (185%) maior do que o da mulher na mesma
condição. Não para por aí. Um físico ou químico do sexo masculino, por
exemplo, ganha, em média, 46% mais que uma profissional do sexo oposto.
Outro estudo, feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostra que os salários das mulheres
metalúrgicas da região de Sorocaba (SP) são, em média, 36,9% menos do
que o dos homens.
Dos 43 mil trabalhadores metalúrgicos da
região, 8,3 mil (ou 19,3%) são mulheres. A faixa etária de mulheres
predominante na categoria é de jovens de até 29 anos (45,9% do total).
Para o economista Fernando Lima, coordenador do estudo, o salário mais
baixo das mulheres se deve ao fato de ainda ser reduzido o número de
trabalhadoras que ocupam cargos de comando ou melhor remunerados na
categoria. "Embora tenhamos observado avanços para as trabalhadoras nos
últimos anos, como o maior acesso ao ensino e uma legislação mais
avançada, ainda temos muito que conquistar para falarmos em igualdade",
diz Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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