Depois de um 2012 repleto de denúncias, o ambiente político no
município de Trairi voltou a ficar conturbado nesta semana, com a
decisão judicial que manda afastar a prefeita Regina Nara Batista
(PSDB), o vice-prefeito José Ademar Barroso (PSL) e os vereadores
Henrique Mauro Filho (PSD) e Carlos Gustavo Monteiro (DEM). Eles foram
condenados por compra de voto na eleição do ano passado. Por causa
disso, o comando do Executivo passará as mãos do segundo colocado no
pleito e adversário político da tucana, Francisco José Ferreira Noronha
(PMDB). O detalhe é que o peemedebista também responde a processo por
compra de voto, também no pleito do ano passado. Caso a ação,
apresentada pelo Ministério Público, seja julgada procedente pela
Justiça, Trairi poderá ter de passar por nova eleição.
A
decisão pelo afastamento da prefeita Regina Nara, oficializada no último
dia 6, é do juiz eleitoral Fernando Teles de Paula Lima. A gestora
tucana e os demais envolvidos na ação haviam recorrido ao Tribunal
Regional Eleitoral, mas tiveram o pedido negado pelo juiz João Luis
Nogueira Matias. De acordo com o magistrado, “há provas robustas”
(documentos, depoimentos e escutas telefônicas) de que houve compra de
voto. Apesar de serem obrigados a deixarem os cargos, os acusados ainda
podem recorrer.
O POVO tentou conversar com
Regina Nara através do número de telefone celular informado na sede
estadual do PSDB em Fortaleza, mas as ligações não foram atendidas.
O POVO também tentou contatar Francisco José Ferreira Noronha e chegou a deixar mensagem em sua caixa de recados, mas não houve retorno até o fechamento desta página.
O POVO também tentou contatar Francisco José Ferreira Noronha e chegou a deixar mensagem em sua caixa de recados, mas não houve retorno até o fechamento desta página.
Saiba mais
Desde
2012, Trairi é abalado por uma série de denúncias de corrupção. Em
setembro, a operação Trairi Limpo decretou a prisão de 16 gestores
públicos, acusados de desvios de verbas e fraudes em licitações que
teriam causado prejuízo de até R$ 20 milhões, segundo cálculos do
Ministério Público Estadual.
Naquele mês, o então prefeito
Josimar Moura Aguiar (PRB), o “Mazim”, foi afastado, junto com o então
vice-prefeito, o ex-presidente da Câmara Municipal e o
ex-procurador-geral do Município, por suspeitas de irregularidade. A
cidade chegou a ficar sem prefeito por alguns dias.
A
eleição para a sucessão de Mazim também foi tumultuada. A operação
Trairi Limpo III acarretou na prisão de 12 pessoas, acusadas de formação
de quadrilha, corrupção eleitoral e transporte irregular de eleitores.
A crise atingiu até advogados. Em novembro de 2012, quatro
desses profissionais foram presos, acusados de desviar indenizações de
clientes.
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