Os estudantes estão mobilizados para protestar contra a mudança
na unidade da rede estadual. Temem a redução na qualidade do ensino, no
que se refere às horas de aulas e à quantidade das disciplinas
ofertadas. FOTO: ALEX PIMENTEL
Quixadá.
A Escola de Ensino Fundamental José Jucá, uma das mais antigas deste
município, acaba de completar 90 anos. Mas a data não será comemorada
com festa. Os alunos estão se mobilizando e pretendem protestar. A
manifestação ocorre contra a municipalização da tradicional unidade de
ensino, considerada uma das melhores da cidade. A direção da Escola
ainda não recebeu a comunicação oficial da mudança, mas tão logo soube
da possibilidade, há pouco mais de 15 dias, o clima é de apreensão e
principalmente de insatisfação entre os educandos.
Hoje, a José Jucá conta com 805 alunos matriculados do 6º ao 9º Ano, mais 200 no ProJovem e outros 200 no Programa Mais Educação, modelos de formação especial.
A preocupação dos estudantes não é com quem vai administrar aos recursos públicos destinados à Escola. Para eles, não importa se caberá ao Governo do Estado ou à Prefeitura a responsabilidade pela merenda escolar, o pagamento dos professores, as despesas da escola. Eles temem mudanças na disciplina, no quadro de professores e até no fardamento. Por conta da ordem e da dedicação da administração escolar, eles dizem que conquistam sempre bons resultados. "Mudar tudo, agora, em pleno ano letivo, será um retrocesso enorme", diz a estudante Lara Teixeira Leôncio, do 9º ano.
Disciplinas
Hoje, a José Jucá conta com 805 alunos matriculados do 6º ao 9º Ano, mais 200 no ProJovem e outros 200 no Programa Mais Educação, modelos de formação especial.
A preocupação dos estudantes não é com quem vai administrar aos recursos públicos destinados à Escola. Para eles, não importa se caberá ao Governo do Estado ou à Prefeitura a responsabilidade pela merenda escolar, o pagamento dos professores, as despesas da escola. Eles temem mudanças na disciplina, no quadro de professores e até no fardamento. Por conta da ordem e da dedicação da administração escolar, eles dizem que conquistam sempre bons resultados. "Mudar tudo, agora, em pleno ano letivo, será um retrocesso enorme", diz a estudante Lara Teixeira Leôncio, do 9º ano.
Disciplinas
Quem também conclui o ensino fundamental este ano na escola é José Mauro Silva. Em nome dos colegas, criticou a decisão dos representantes dos órgãos responsáveis pela mudança. Temem não ter mais direito às aulas de Física, Química e Biologia, disponíveis somente nas escolas públicas do Ensino Médio.
Eles também têm direito a duas aulas de Inglês por semana. Na rede pública municipal há apenas uma. Por esses motivos, além da excelente qualidade de ensino, as vagas são muito disputadas pelos pais. No início do ano fazem vigília para garantirem as matriculas de seus filhos.
A coordenadora pedagógica da escola, Dvandy Pedrosa, concorda com os alunos quanto ao aspecto educacional. A transformação afetará inclusive o planejamento das aulas. Enquanto no Estado são disponibilizadas 8 horas, no Município a disponibilidade é de apenas 4h. Ela reconhece a necessidade de transferência das responsabilidades para a administração municipal. Está previsto no plano educacional do Governo do Estado. Mas se já esperaram tanto tempo, podem aguardar mais um pouco, conforme defende a educadora. Ela ainda ressaltou o índice de 4,3 do Ideb como o melhor de Quixadá.
Conforme o titular da 12ª Coordenadoria Regional de Educação (Crede 12), Maurício Nobre, uma reunião foi realizada no dia 22 de março passado com o prefeito João Hudson Bezerra, mais conhecido como João da Sapataria, o secretário municipal de Educação, Valentim de Freitas Neto, e representantes da Escola José Jucá. No encontro, o prefeito se comprometeu a manter todo o quadro de professores e o Núcleo Pedagógico até a fim de junho. Disse que objetiva não prejudicar o processo de aprendizado e ao mesmo tempo adequar a unidade de ensino aos parâmetros da educação municipal. Todavia, o coordenador da Crede 12 sugeriu a transformação da escola em um projeto piloto de educação na rede pública municipal.
Cadastramento
Após consultar a superintendente da escola, as aulas de Química, Física e Biologia, na realidade são ministradas na disciplina de Ciências. São vistos conteúdos preliminares nas três áreas, não invalidando de serem trabalhadas pelo município.
A necessidade de início da municipalização a partir de junho ocorre em razão do município ser obrigado a informar ao Ministério da Educação (MEC) o cadastramento dos alunos matriculados na sua rede para receber os repasses financeiros destinados à rede de educação básica. "Quanto a municipalização do ensino fundamental, trata-se de uma política de Estado e não do atual governo estadual", acrescentou Maurício Nobre.
Mais informações
Escola José Jucá
Rua Epitácio Pessoa, 1351 - Centro - (88) 3445.1062
12ª Crede
Rua Juscelino Kubitschek, 493 - Alto São Francisco, (88) 3445.0249
Alex Pimentel
Colaborador
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