A falta de segurança da Capital tem resultado em violência em capelas, com furtos até durante as missas
Após a instalação de circuito interno de vigilância, párocos da Capela Nossa Senhora do Loreto, da Base Aérea de Fortaleza, resolveram colocar grades no local. A obra já está em andamento FOTO: NATINHO RODRIGUES
Após a instalação de circuito interno de vigilância, párocos da Capela Nossa Senhora do Loreto, da Base Aérea de Fortaleza, resolveram colocar grades no local. A obra já está em andamento FOTO: NATINHO RODRIGUES
Já tem um tempo que as igrejas da Capital são alvos de vandalismo. Atualmente, é quase impossível ver pelos bairros da cidade alguma delas sem grades, câmeras ou abertas durante todo o dia. Hoje, até algumas celebrações após as 20h foram proibidas como medidas de segurança, devido o horário ser oportuno para as ações de vândalos.
Uma das únicas igrejas que não havia se rendido a essas medidas de segurança era a Capela Nossa Senhora do Loreto, da Base Aérea de Fortaleza. Porém, esta já estar a construir uma grade como forma de proteção.
No entanto, a assessoria de comunicação da Base Aérea de Fortaleza, por meio de nota, informou que também tem sofrido com a insegurança, sendo alvo de vandalismo. Segundo eles, no mês de outubro de 2012, a Capela foi vítima de furto de objetos litúrgicos. Os invasores conseguiram adentrar escalando a parede lateral, utilizando cobogós, tendo acesso ao interior da mesma.
Como medidas corretivas, a Base Aérea de Fortaleza implementou câmeras de vigilância eletrônica, selou todos os cobogós existentes na estrutura, aumentou o muro lateral. Além disso, está em andamento um processo de instalação de grades para fechar a parte frontal da capela.
Todavia, os cardeais da Capital admitem que não é apenas a Igreja da Aeronáutica que está nesta situação. O padre Gilson Soares, da Paróquia Nossa Senhora do Bonfim, no Monte Castelo, conta que estas ações ocorrem porque as pessoas não respeitam mais a casa de Deus. "Do que adianta a gente ter a proteção da Polícia, se as pessoas não têm consciência nem respeito? Muitas vezes, estas ações ocorrem na hora das celebrações", afirma o pároco.
De acordo com o sacerdote, uma das igrejas com maior número destas ocorrências é a de São Francisco, localizada no bairro Jacarecanga.
A analista de marketing Juliana Lima sente na pele esta situação. Ela relata que, devido à correria do dia a dia, muitas vezes o tempo que tem para ir à igreja e fazer suas orações seria na hora do almoço, "porém, neste horário, ela não está aberta, devido à insegurança. Daí você pensa que no lugar do dinheiro que está sendo investido em segurança poderia ser destinado às obras de caridade, caso tivéssemos uma segurança pública eficaz", desabafa.
Objetos
Relíquias como castiçais, ostensório, crucifixo e até mesmo o sacrário são os alvos mais comuns. E tem até ladrão levando caixa de som e ventilador de dentro das igrejas em plena hora da missa. É por isso que, como precaução, os padres estão gradeando as igrejas, contratando seguranças, como no caso, também, da Igreja do Carmo, localizada na Avenida Duque de caxias, no Centro de Fortaleza. No local, os párocos precisam guardar as peças com muita segurança, inclusive em cofres.
Conforme o padre Gilson, hoje já não resta praticamente nada, apenas peças de inox e cerâmica. Muitas vezes, os vândalos levam peças que acreditam serem joias, mas, na verdade, não são. Depois do Concílio do Vaticano, entre 1962 e 1965, houve uma reforma na liturgia para simplificar a celebração da missa. Assim, as peças foram substituídas por ícones mais simples.
Segundo o tenente-coronel Albano, relações públicas da Polícia Militar, a ronda policial é feita em todas as regiões da cidade e atende à demanda conforme as denúncias.
THAYS LAVOR
REPÓRTER
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