Começou a tramitar, nesta sexta-feira (26), na Assembleia Legislativa, projeto de Lei de autoria da deputada Patrícia Saboya (PDT), que visa dar, a travestis e transexuais, o direito à documento de identidade
de acordo o gênero. Esse foi um dos três projetos de Lei que foram
lidos na sessão plenária. Além disso, também começaram a tramitar outros
três projetos de Indicação.
Conforme a proposta da pedetista, "entende-se por identidade de
gênero a vivência interna e individual do gênero tal como cada pessoa a
sente, seja correspondente ou não ao sexo biológico, o que pode incluir a
vivência pessoal, a modificação da aparência do corpo e das funções
corporais, por meio farmacológicos ou cirúrgicos, além de aspectos
relativos à vestimenta, aos modos, à fala."
Projeto de Lei é de autoria da deputada Patrícia Saboya (PDT) FOTO: VIVIANE PINHEIRO
Projeto de Lei é de autoria da deputada Patrícia Saboya (PDT) FOTO: VIVIANE PINHEIRO
Diante disso, o projeto estabelece que toda pessoa maior de 18 anos
poderá requerer a retificação de seus registros, para alterações
relativas ao nome, ao sexo e à imagem, "quando não coincidam com a sua
autodefinição de identidade de gênero". Já os menores de 18 anos só
poderão requerer a retificação com autorização expressa dos pais ou
representantes legais.
A proposta de Patrícia diz ainda que toda pessoa maior de 18 anos
poderá se submeter a intervenções cirúrgicas totais ou parciais e a
tratamentos hormonais, para adequação do corpo a sua identidade de
gênero, "sem necessidade de autorização judicial". As cirurgias e
tratamentos deverão ser, "obrigatoriamente", realizadas pelo Sistema
Único de Saúde (SUS).
Justificativa
"Essas pessoas são obrigadas a portar documentos fornecidos pelo
Estado de acordo com seu sexo biológico, o que agride suas
personalidades, seus sentimentos e expectativas interiores e as coloca
em permanente confronto com a sociedade. Isso resulta em profundo
sofrimento e desilusão, levando, em muitos casos a depressão, em algumas
situações, até mesmo ao suicídio", justifica.
De acordo com Patrícia Saboya, o projeto, portanto, tem o objetivo de
atender aos anseios dessas pessoas de uma vida digna, com respeito à
cidadania plena, "como deve acontecer em um Estado Laico e Democrático
de Direito". "A Constituição estabelece, como fundamento, a dignidade da
pessoa humana, princípio que jamais é respeitado no caso dessas
pessoas", afirma.
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