
Ilustração mostra como seria espécie da ordem 'Therapsida', com
características similares aos mamíferos; espécie foi extinta no fim do
Triássico (Foto: Mitrchel/Wikicommons)
Um estudo publicado pela renomada revista "Science", na edição desta
semana, traz evidências de que a atividade intensa de vulcões há cerca
de 200 milhões de anos provavelmente levou à extinção de cerca de metade
das espécies de animais da Terra no período, conhecido como o fim do
Triássico.
A pesquisa foi realizada por cientistas do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), da Universidade de Columbia, da
Universidade Rutgers e da Universidade Stony Brook, todas nos EUA.
A intensa atividade vulcânica liberou quantidades enormes de gases na
atmosfera do planeta no período, que alteraram abruptamente as condições
climáticas. As novas condições modificaram o habitat das espécies tanto
nos oceanos quanto em terra firme, dizem os pesquisadores. Os indícios
apontam que as mudanças climáticas ocorreram tão subitamente que os
animais não foram capazes de evoluir e se adaptar.
Para chegar ao resultado, os pesquisadores analisaram amostras de
rochas coletadas em regiões dos EUA e do norte da África, incluindo
Marrocos, além da Inglaterra e de outros locais do mundo. A datação do
desaparecimento abrupto das espécies, há cerca de 200 milhões de anos,
bate com as evidências de erupções vulcânicas gigantescas ocorridas na
mesma época.
Algumas das espécies extintas foram peixes com aparência de enguia, pertencentes à classe Conodonta; animais com características de mamíferos, de espécies pertencentes à classe Therapsida; e várias espécies de répteis primitivos, entre outros.

Pesquisador retira rochas que datam do fim do
período Triássico (Foto: Divulgação/Krevin
Krajick/Earth Institute)
Krajick/Earth Institute)
Dinossauros
Para os cientistas, a extinção ocorrida no fim do Triássico provavelmente abriu caminho para o surgimento dos dinossauros, que dominaram o planeta pelos 135 milhões de anos seguintes, até chegarem à extinção, há aproximadamente 65 milhões de anos.
A teoria de que as espécies sofreram uma extinção massiva no fim do
Triássico vinculada ao vulcanismo não é nova, afirmam os pesquisadores.
Eles, no entanto, afirmam ter encontrado evidências mais fortes que
comprovam a ideia, e apontam que as hipóteses anteriores consideravam
que o processo levou milhões de anos, o que eles avaliaram como errado.
A previsão, segundo a análise de rochas, é de que a atividade vulcânica
que levou à extinção das espécies durou entre 20 e 30 mil anos, e não
milhões de anos, de acordo com o estudo. Entre outras técnicas, os
cientistas analisaram o decaimento de isótopos de urânio para medir a
idade precisa do basalto deixado pelo magma lançado pelas erupções.
"Este não deve ser o fim das perguntas sobre o mecanismo exato que
levou à extinção massiva. No entanto, a proximidade entre o período da
atividade vulcânica e o desaparecimento dos animais é bastante
evidente", disse o geólogo Paul Olsen, um dos autores do estudo.
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