
Na próxima semana, os deputados deverão votar pela prisão fechada
ou regime
semiaberto para condenado que não pagar pensão alimentícia
FOTO: AG. CÂMARA
A votação das regras sobre prisão do devedor de pensão alimentícia é o destaque do Plenário na semana que vem
Brasília. Deputados poderão decidir na próxima semana se o devedor de pensão alimentícia será preso em regime fechado, como ocorre atualmente, ou semiaberto. A mudança é um dos pontos polêmicos do projeto do novo Código de Processo Civil.
Brasília. Deputados poderão decidir na próxima semana se o devedor de pensão alimentícia será preso em regime fechado, como ocorre atualmente, ou semiaberto. A mudança é um dos pontos polêmicos do projeto do novo Código de Processo Civil.
A votação das regras é o destaque do Plenário na semana que vem. A
matéria consta de emenda da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) ao
projeto de lei do novo Código de Processo Civil (CPC - PL 8046/10) e tem
o apoio do relator, deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
A emenda retoma trechos do projeto original do Senado para o código,
que mantém a prisão fechada para o devedor de pensão até o pagamento dos
atrasados. Já o texto-base aprovado pela Câmara em novembro prevê o
regime semiaberto para quem não pagar a pensão e for condenado pelo juiz
a regularizar a situação.
Também consta da emenda a possibilidade de a dívida ser protestada em
cartório, o que implicará a inclusão da pessoa nos cadastros de proteção
ao crédito. Outra mudança em relação ao código atual é a previsão
expressa de que o devedor da pensão terá de ficar separado de outros
presos no período em que ficar detido, que varia de um a três meses.
Marco Civil da Internet
Depois de um adiamento pedido por vários partidos, os deputados poderão
começar a debater o Marco Civil da Internet (PL 2126/11, do Executivo).
A votação do texto, no entanto, só iniciará depois do Carnaval. A
proposta tranca a pauta das sessões ordinárias do Plenário, juntamente
com outros 5 projetos.
Entre os pontos polêmicos do relatório do deputado Alessandro Molon
(PT-RJ) está a neutralidade de rede, segundo a qual os provedores não
poderão tratar com preferência os pacotes de dados de uns, em detrimento
de outros usuários. A obrigatoriedade de usar data centers localizados
no Brasil para armazenar dados de navegação realizada no País também tem
a discordância de partidos da oposição, que alegam aumento de custos
para as empresas e repasse ao usuário final da conexão.
Simuladores
Em sessão extraordinária marcada para terça-feira, dia 25, o Plenário
poderá analisar o Projeto de Decreto Legislativo 1263/13, do deputado
Marcelo Almeida (PMDB-PR). O projeto suspende os efeitos de resolução do
Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que exige o uso de simuladores
pelas autoescolas.
Almeida afirma que, além de estimular a formação de um cartel de
empresas e deixar a carteira de motorista mais cara, o uso do simulador
não vai reduzir a violência no trânsito. Já o deputado Henrique Fontana
(PT-RS) defende o uso dos simuladores.
"Nós podemos submeter o motorista aprendiz a um conjunto de situações
de risco que ocorrem no trânsito, na vida real, e que não poderíamos
submeter num teste prático nas ruas. Por exemplo, testar e treinar como o
motorista deve se comportar diante de uma pista com chuva, de um
ambiente com neblina".
FIQUE POR DENTRO
As mudanças do novo CPC
O Código de Processo Civil (CPC) é o conjunto de normas relacionadas
aos processos judiciais de natureza civil, como partilha de bens, pensão
alimentícia, divórcio, ações relativas a imóveis ou reparação do dano
sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, direito do
consumidor e pedidos de indenização. Em vigor há 37 anos, o CPC de 1973
passou por alterações significativas para acompanhar as mudanças na
sociedade. Essa alterações transformaram a norma em uma verdadeira
colcha de retalhos. Em 2009, o Senado criou uma comissão de juristas
para elaborar o anteprojeto de novo Código do Processo Civil com o
objetivo de dar mais funcionalidade ao CPC. Em junho de 2010, presidida
pelo então ministro do Superior Tribunal de Justiça, Luiz Fux, a
comissão entregou a proposta para o presidente do Senado da época, José
Sarney. Entre as novidades do novo CPC, estão a possibilidade das
intimações serem feitas por meio eletrônico, a conciliação como fase
inicial da ação e a regra de que os processo serão julgados em ordem
cronológica, impedindo que uma ação seja esquecida ou fure a fila
dependendo dos interesses. O Novo Código também estabelece multa para
quem abusar dos recursos com o objetivo de adiar a decisão de um
processo.
Fonte: Diário do Nordeste
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