"Rezai por mim", essa foi a mensagem divulgada ontem no Twitter
pelo papa (foto), e que lembra o mesmo pedido realizado, há um ano
Foto: Reuters
Buenos Aires. Contrariando o ditado popular “santo de
casa não faz milagre”, o papa Francisco, segundo uma pesquisa da
consultoria Poliarquia, conta atualmente com 93% de aprovação popular na
Argentina.
Naquele país, no qual as lideranças raramente possuem o consenso
generalizado dos habitantes, Francisco possui apenas 1% de imagem
negativa. A pesquisa também sustenta que 69% dos entrevistados
consideram que o pontífice está gerando “grandes mudanças” na Igreja
Católica. Outros 22% afirmam que Francisco está realizando “reformas
moderadas”. Somente 6% sustentam que o papa está fazendo “poucas”
mudanças.
Segundo a Poliarquia, Francisco também conta com a simpatia de setores
não-católicos. Do total deste grupo de pesquisados, 42% sustentam que
confiam mais na Igreja desde que Francisco é papa. Outros 36% afirmam
que a imagem da instituição religiosa não mudou neste ano. Alejandro
Catteberg, diretor da consultoria, sustenta que “na Argentina o impacto
de sua figura vai mais além do meramente espiritual, religioso ou
simbólico, já que desenvolveu uma enorme importância no plano político”.
Pedido de oração
O pontífice argentino rompeu o silêncio dos exercícios espirituais que
começou no domingo para pedir, em mensagem no seu perfil em um
microblog, que rezem por ele. “Rezai por mim”, foi a mensagem divulgada
ontem pelo papa, e que lembra o mesmo pedido realizado, há um ano, ao
sair na sacada da Logia central da Basílica de São Pedro para se
apresentar ao mundo.
Entrevista na web
Finalizando a série de entrevistas e depoimentos feitas acerca do
aniversário de pontificado do papa Francisco, a Redação Web do Diário do
Nordeste publicahoje a entrevista com Benjamin Paz, um dos
coordenadores da Jornada Mundial da Juventude. Nela, Paz analisa qual o
papel do novo pontífice para a Igreja. Ontem, o entrevistado foi o
estudioso da religião Thiago Aguiar. Confira abaixo:
Qual a marca do primeiro ano de pontificado do Papa Francisco, na sua visão?
Com certeza, a humildade e uma grande vontade de acolher a todos. Acho
que o Papa Francisco quer destacar esses rasgos à imagem de Cristo. Ao
mesmo tempo, ele mostrou uma cara mais "humana" da figura do Papa,
valorizando a proximidade e a fraqueza humana.
Quais as impressões pessoais e as experiências que podem ser
destacadas no contato entre o senhor e Vossa Santidade, durante a JMJ?
Ele é extremamente simples e próximo. Com olhar de pai, olhando nos
olhos das pessoas, não fez distinção (nem mediu riscos) à hora de se
aproximar das pessoas. Sempre antes de se despedir pedia para que
rezassem por ele. Uma das coisas que eu mais gostei foi o fato de ele
colocar os jovens como protagonistas. Ele se colocou como instrumento ao
serviço da JMJ e realizou uma agenda muito cheia de compromissos com um
sorriso no rosto todo o tempo.
Na sua visão, quais as principais diferenças entre os estilos
de pontificado entre os Papas Francisco e Bento XVI? O que representou a
renúncia deste último para a Igreja?
Eu acho que cada um trouxe contribuições muito significativas para a
Igreja, principalmente, considerando o contexto em que cada um assumiu.
Bento era um Papa mais intelectual, Francisco é, talvez, mais voltado ao
coração. A renúncia do Papa Bento XVI foi um gesto de amor e valentia,
em tempos em que todo mundo quer se aferrar ao poder, ele decidiu se
afastar pelo bem maior.
A defesa dos direitos humanos e a aproximação com outros
religiosos e até com grupos ateus têm sido elogiada por grupos de fora
do catolicismo, como uma das maiores virtudes do Papa Francisco. Como
enxerga os esforços do novo pontífice em fazer a Igreja se aproximar
também do mundo não católico?
Acho imprescindível. A Igreja precisa estar voltada pra fora. É
necessário que exista conhecimento e respeito mútuo entre as diferentes
realidades que compõem a nossa realidade global.
Muitos analistas à época da renúncia do Papa Bento XVI, falavam
da necessidade de uma renovação da Igreja. Acredita que o Papa
Francisco já conseguiu imprimir esse espírito na condução do Vaticano ou
o caminho ainda é muito longo?
Acredito que sim, mas não se trata de uma renovação na mensagem, mas
sim na "música", na forma de transmiti-la. Ainda tem um longo caminho
por percorrer mas foi um início firme e certeiro.
Por fim, como vê a atuação do Papa Francisco junto à juventude
católica? Qual o impacto do pontificado de V. Santidade na captação,
manutenção e motivação desses jovens?
O jovem do nosso tempo está, como todos nos, à procura da felicidade.
Às vezes não pelos melhores caminhos. Mas isso é só por falta de uma
referência positiva. Acredito que o Papa Francisco é essa referência e
está encorajando a que muitas pessoas assumam essa função na sociedade
com seus chamados a ser protagonistas e revolucionários.
Fonte: Diário do Nordeste
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