Um levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina apontou que o
gasto per capita diário do governo do Distrito Federal com saúde é de R$
2,90. Para a entidade, o valor é baixo. A média diária brasileira é de
R$ 3,05 por habitante.
A Secretaria de Saúde confirma o dado e diz que, visto isoladamente,
ele pode refletir uma realidade incompatível com a qualidade do serviço.
"Não é [um valor] ruim. A capacidade instalada que eu tenho, que já me custa pouco, não me demanda maiores investimentos. Quando você faz esse cálculo, você tem que se perguntar se é para um sistema já implantado, que vai ser implantado ou em implantação? Nós temos um sistema implantado", afirmou ao G1 o ex-titular da pasta Elias Miziara.
"Não é [um valor] ruim. A capacidade instalada que eu tenho, que já me custa pouco, não me demanda maiores investimentos. Quando você faz esse cálculo, você tem que se perguntar se é para um sistema já implantado, que vai ser implantado ou em implantação? Nós temos um sistema implantado", afirmou ao G1 o ex-titular da pasta Elias Miziara.
O dado do CFM foi coletado a partir dos relatórios resumidos de
execução orçamentária passados pelas unidades da federação à Secretaria
do Tesouro Nacional em 2013. Atualmente, a capital do país conta com 12
hospitais regionais, cinco hospitais especializados e cinco Unidades de
Pronto Atendimento, além de centros de saúde e Centro de Atenção
Psicossocial (Caps).
De acordo com a secretaria, a maior parte dos custos da pasta é com a
folha de pagamento dos servidores, que representa 80% do orçamento.
Outros 18% são destinados à compra de insumos e de medicamentos,
enquanto 2% são usados em investimentos (obras).
Para este ano, o orçamento do DF em saúde é de R$ 5,8 bilhões. A pasta
informou que até metade de junho gastou pouco menos da metade, R$ 2,7
bilhões.
No Brasil
O levantamento do Conselho Federal de Medicina aponta que o gasto brasileiro é de R$ 3,05 por dia com cada habitante. Segundo a entidade, cálculos da Organização Mundial da Saúde apontaram que o investimento público em saúde no país em 2011 foi de US$ 512 por pessoa.
O aporte é inferior ao de outros países que também adotam o sistema
universal de saúde: na Inglaterra, o valor é de US$ 3.031; na Alemanha,
US$ 3.819; no Canadá, US$ 3.982; na Espanha, US$ 2.175; na Austrália,
US$ 4.052; na Argentina, US$ 576.
Vice-presidente do conselho, Carlos Vital afirma acreditar que a verba
destinada para a área é insuficiente e ainda há má gestão. "Um orçamento
para saúde que não é compatível com a demanda e ao mesmo tempo uma
dificuldade de ordem administrativa de aplicar os recursos disponíveis.
Ou seja, há pouco financiamento e dificuldade administrativa de realizar
o que está orçado e autorizado", declarou.
Para o médico, a realidade brasileira é bastante diferente do que
ocorre em países que têm sistemas de saúde semelhantes ao nosso.
"Inglaterra, Austrália e Canadá são locais em que o investimento é
compatível com a saúde. Só existe um sistema único de saúde quando 70%
do gasto sanitário total é bancado pelo Estado. No Brasil, isso está
muito aquém, fica em 45% como um todo.
Fonte: G1/Ciências e Saúde
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