ONU enfatiza urgência de acordo que limite emissão
de gases (Foto: Reprodução/TV Globo)
de gases (Foto: Reprodução/TV Globo)
A chefe das Nações Unidas para a Mudança Climática, Christiana
Figueres, alertou nesta terça-feira (2) que é preciso agir rápido contra
o aquecimento global e mencionou a perigosa situação das nações que
ficam em áreas baixas do litoral do Pacífico.
Figueres afirmou, em conferência da ONU em Samoa sobre as ilhas-Estado,
que o impacto da mudança climática será maior nas nações do Pacífico,
apesar de sua escassa contribuição para a criação do problema.
"A mudança climática é a maior ameaça enfrentada por estas ilhas,
líderes dos esforços mundiais para tratar desta questão", afirmou à AFP.
A especialista também explicou que um nível superior do mar não só faz a
erosão do litoral das ilhas, como também arruína o fornecimento de água
pela invasão dos lençóis freáticos e inundação dos terrenos de cultivo,
tornando-os estéreis.
O aquecimento também faz com que mais ciclones e tempestades atinjam as
ilhas. A representante da ONU explicou que está sendo preparado um
plano que prevê o pior dos cenários, no qual refugiados da mudança
climática terão de ser realocados em outros países.
"São medidas extremas a que estas ilhas devem prestar atenção. É óbvio
que tanto as ilhas como o resto do mundo querem manter as imigrações de
refugiados em um nível mínimo".
Figueres afirmou que a situação enfrentada por estas ilhas-Estado torna
ainda mais necessário avançar com o objetivo de obter um pacto que
limite os gases de efeito estufa até o final de 2015.
A ONU quer reduzir o aquecimento global em 2ºC em relação aos níveis
anteriores à Revolução Industrial, que, segundo os cientistas, é o nível
mínimo para poder estabilizar o clima. Figueres considerou que ainda é
possível conseguir isso, mas que a porta para esta opção "se fechará em
breve".
Os líderes das ilhas cada vez mais elevam o tom de voz em relação à
falta de ação global quanto ao problema. O presidente das Ilhas
Seychelles, James Michel, assinalou neste encontro em Samoa que os
interesses das grandes empresas dominaram o debate durante muito tempo.
"É a hora de reconhecermos a mudança climática como ela é: um crime
coletivo contra a Humanidade", afirmou, alegando que a mudança climática
'rouba das ilhas-nação seu direito de existir'.
O presidente das Ilhas Marshall, Christopher Loek, por sua vez, afirmou
que as ilhas-Estado precisam lançar uma mensagem positiva sobre o que
será necessário fazer na cúpula das Nações Unidas ainda este mês, em
Nova York, à qual se seguirá outra em Paris, em 2015, para tentar
alcançar um novo acordo climático.
"Devemos reconhecer que não há uma forma de liderança mais poderosa que a liderança através do exemplo", concluiu.
Fonte: G1/ Natureza
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