Dois estudantes acusados de montar um
esquema para acessar o conteúdo sigiloso no processo seletivo do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem), aplicado em novembro deste ano, foram
denunciados no dia (15) pelo Ministério Público Federal (MPF) no Ceará.
A ação penal
é assinada pelo procurador da República Celso Costa Lima Verde Leal, em
Juazeiro do Norte, no Cariri cearense. De acordo com o procurador, os
denunciados Bianca Miranda Matias e Valbert Souza Gomes contrataram um
homem que, no segundo dia de aplicação da prova do Enem, repassou o
gabarito do exame aos dois acusados, via celular.
Segundo o
MPF, em depoimento, um dos estudantes relatou que há alguns meses, em
João Pessoa, um homem lhe cobrou R$ 15 mil para fazer a fraude. Para
viabilizar o esquema, o estudante se inscreveu no Enem como sabatista e
tendo problemas de visão. Para isso, obteve um atestado médico assinado
por Miguem E. Duran Navarro, no município cearense de Porteiras.
No dia do
exame, o denunciado Valbert Gomes foi ao local da prova com um celular
comprado exclusivamente para a fraude. Mesmo alertado de que não poderia
ficar com o aparelho, ele manteve o celular ligado dentro de uma
sacola. Já Bianca Miranda Matias usou dois celulares, um deles comprado
por ordem de um homem que repassaria o gabarito. “Antes do início da
prova, entregou apenas um celular, o de sua propriedade, mantendo o
outro dentro de sua bolsa”, disse o procurador Celso Leal, na ação
penal.
Consta ainda
da denúncia que, diante de um problema elétrico na sala de aplicação da
prova, os dois estudantes denunciados tiveram de mudar de sala. Na
saída do local de prova, ao serem revistados por policiais federais,
foram encontrados os celulares com mensagens de texto que continham o
gabarito da prova.
Na ação
penal, o procurador Celso Leal pede a condenação dos dois réus pelo
crime de fraude em certames de interesse público, que prevê pena mínima
de um ano de reclusão.
O Enem foi aplicado nos dias 8 e 9 de novembro. Mais de 6,2 milhões de estudantes fizeram as provas em mais de 1,7 mil cidades.
O caso de
estudantes que receberam foto da página da prova com o tema da redação
do Enem deste ano continua sendo investigado pela Polícia Federal.
(Agência Brasil)
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