A Defensoria Pública Geral do Estado do Ceará (DPGE-CE) deu entrada, na
manhã desta terça-feira (6), no pedido de revogação da prisão
temporária da suspeita de participação na morte da turista italiana Gaia
Molinari. A vítima foi encontrada morta com sinais de estrangulamento
no dia 25 de dezembro, feriado de Natal, em Jericoacoara. Uma carioca
que viajava com a italiana foi apontada pela polícia como suspeita.
Os defensores Emerson Castelo Branco, Gina Moura e Bruno Neves, que
acompanham o caso, disseram que não existem motivos para mantê-la em
custódia e que a pressão internacional influenciou na decisão da
Justiça.
De acordo com a defensora pública Gina Moura, o pedido de revogação foi
encaminhado para o plantão da Região Norte, no município de Cariré. “Já
foi dada entrada neste pedido e nós estamos aguardando a posição do
magistrado e do promotor de Justiça. Vamos esperar até às 18h de hoje
[terça-feira, 6]”, disse.
Italiana é encontrada morta em Jericoacoara (CE)
(Foto: Reprodução TV Globo)
A defensora Bruno Castelo Branco reforçou que não há provas contra a
suspeita e que a repercussão internacional do caso influenciou na
prisão. “Não existe uma prova, uma linha fina que possa levar ela a essa
autoria. O que existe aqui é pressão internacional. Realmente foi um
crime bárbaro. (...) Mas, a qualquer custo se dá qualquer resposta e de
qualquer forma. Eu atribuo tudo isso à repercussão internacional do
caso. Não tem base para a prisão”, rebateu.
Gina Moura ainda afirmou que a Defensoria Pública Geral do Estado do
Ceará não concordou com o decreto de prisão provisória, por acreditar
que a suspeita não fugiu das investigações e que sempre ficou à
disposição da polícia. “Durante todo o período de investigação do caso, a
amiga da italiana, em nenhum momento se furtou em contribuir com
esclarecimento de todas as circunstâncias desse fato. Ela foi ouvida
duas vezes, se submeteu a acareações, indicou o endereço dela, de forma
correta”.
Contradições
Segundo a polícia, a carioca foi presa por se contradizer várias vezes durante o depoimento. A delegada Patrícia Bezerra afirma que os horários e datas de passeios da turista não conferem com informações das demais testemunhas. Patrícia Bezerra diz ainda que, questionada sobre as contradições, ela não soube se explicar.
Para os defensores públicos, não houve contradições. “Nós temos esses
depoimentos e essas acareações que a delegada Patricia Bezerra utilizou
para justificar a prisão. Essas contradições, conforme a delegada, se
deve a pequenos detalhes, a dados periféricos que em nenhum levam a crer
que foi ela a responsável por esse fato”, afirmou Gina.
Ainda durante a coletiva, os defensores públicos afirmaram desconhecer
qualquer problema no temperamento da acusada. Eles apuraram com
familiares e amigos da suspeita que ela é muito querida por todos. “As
informações que nós temos de familiares, de pessoas ligadas a ela, é de
que é uma pessoa introspectiva e jamais apresentou distúrbios
comportamentais. É uma pessoa que pratica meditação. É notório que
qualquer pessoa em uma situação de pressão se sinta intimidada”, afirmou
Gina Moura.
Fonte: G1/CE

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