Multa caso o banco descumpra a determinação é de R$ 500 mil por
dia,
informou o secretário Pedro Eurico (C) (Foto: Vitor Tavares/G1)
A Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos, por meio do Procon-PE, autuou o Banco do Brasil
nesta terça-feira (30), pela venda de dólares falsos. Com isso, as
agências do BB ficam proibidas de fazer operações de câmbio em todo o
estado por 30 dias. O prazo pode ser prorrogado. O governo estadual
também determinou que a instituição financeira apresente, em 24 horas,
um plano emergencial de assistência jurídica e material às vítimas.
Até a última segunda (29), o banco confirmou a venda de cédulas falsificadas a seis clientes no Recife.
Até então, outros treze casos estavam sob investigação. Em nota
divulgada nesta terça, o Banco do Brasil informou que tomou conhecimento
da decisão administrativa cautelar do Procon-PE "com surpresa". A
instituição esclareceu ainda que tomou as medidas de segurança
necessárias, como isolamento de todo o lote de cédulas que originou as
ocorrências, e que não há risco para os demais clientes que realizaram
ou venham a realizar operações de câmbio no Recife ou em qualquer outra
agência em Pernambuco ou no país. O Banco finaliza a nota dizendo que
"lamenta a notificação recebida, sem qualquer pedido prévio de
esclarecimento, e reafirma que atua há mais de 30 anos no mercado de
câmbio, e é líder no segmento".
Em nota enviada ao G1 através de sua assessoria de
imprensa, o Banco Central (BC) informou que "ainda não foi notificado da
decisão do Procon-PE, conforme prevê a legislação em vigor. Assim que
receber essa notificação, o Banco Central, na condição de regulador
privativo do sistema financeiro, inclusive no que tange a operações de
câmbio, adotará as ações julgadas necessárias".
Cédulas apresentadas à PF devem passar por
perícia (Foto: Vitor Tavares / G1)
"Extraoficialmente, o BB falou ao Procon que 31 pessoas foram lesadas. A
multa diária caso o banco descumpra a determinação é de R$ 500 mil",
afirmou o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico,
acrescentando que há uma audiência de conciliação marcada para 14 de
julho, para que a direção da instituição financeira apresente as medidas
tomadas. "A decisão foi uma ordem expressa do governador Paulo Câmara",
completou.
O secretário afirmou que a venda de dólar falso constitui fraude aos
consumidores. "Isso fere o direito de consumo, que é de confiança,
principalmente quando se trata de uma instituição financeira com o porte
do Banco do Brasil. É uma situação inusitada e totalmente grave. Amanhã
[quarta], vamos à Polícia Federal, com cópia do inquérito
administrativo, para subsidiar a polícia. A PF tem que detectar como
cédulas entraram na tesouraria do banco e se foi feita a checagem dessas
notas. Tudo isso terá que ser esclarecido. Vamos contactar
permanentemente Amanda [uma das vítimas] e outras pessoas que vão
aparecer. A medida tem que acontecer porque não sabemos a dimensão dessa
fraude", argumentou.
Nesta terça, o Governo de Pernambuco entrou em contato duas vezes com a brasileira Amanda Parris, uma das primeiras a denunciar o caso,
e foi informado que a jovem não recebeu até agora nenhuma assistência.
"O BB disse que estava dando assistência, mas o que eles fizeram foi
constituir um advogado para o próprio banco nos Estados Unidos. Esse
advogado falou à Amanda que deve chegar ainda hoje em Houston", contou
Pedro Eurico.
A Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos pede que clientes
lesados pela transação compareçam à sede do órgão, na Avenida Cruz
Cabugá, na área central da capital, para acompanhar o andamento dos
casos.
Entenda o caso
O caso do repasse dos dólares falsos pela agência do Banco do Brasil no Recife veio à tona depois que a estudante brasileira Amanda Parris e o pai dela, João Neto da Silva, foram surpreendidos na última quarta (24), quando tentavam depositar, em um banco de Galveston, no Texas, a quantia de US$ 2.820.
A funcionária que fazia a transação percebeu que as notas eram falsas e acionou a polícia.
Os policiais chegaram ao local e constataram, pelo número de série, a
falsificação do dinheiro, notificando João e Amanda pelo porte das
cédulas. No local, além de colher informações pessoais dos dois,
disseram que João não poderia voltar ao Brasil até a conclusão das
investigações. De acordo com a família, a compra dos dólares foi feita
na agência do BB no Recife, em 18 de junho.
Na segunda (29), o Banco do Brasil informou que há seis casos
confirmados de pessoas que compraram cédulas falsas de dólar na
instituição, na agência central, no Recife. Pelo menos outros 13 casos estão sendo investigados.
No mesmo dia, a Polícia Federal em Pernambuco abriu inquérito para apurar os repasses, após o agropecuarista José
Maria Rangel Júnior procurar a entidade com cédulas de dólar que têm o
mesmo número de série das que foram compradas pela família da estudante
Amanda Parris. Já o contador Flávio Amâncio passou por apuros em Nova
York, este mês, quando uma funcionária de uma loja percebeu que as
cédulas com que ele tentava pagar a conta eram falsificadas. O casal
Eduardo e Kátia Nóbrega, que esteve em Miami durante oito dias, também
este mês, descobriu que o dinheiro comprado no Recife era falso na hora
de pagar a conta de um restaurante, no primeiro dia da viagem.
Veja íntegra da nota oficial enviada pelo Banco Central, nesta terça:
O Banco Central ainda não foi notificado dessa decisão pelo
Procon/PE, conforme prevê a legislação em vigor. Assim que receber essa
notificação, o Banco Central, na condição de regulador privativo do
sistema financeiro, inclusive no que tange a operações de câmbio,
adotará as ações julgadas necessárias.
O Banco Central está apurando junto ao Banco do Brasil os fatos ocorridos. O Banco do Brasil informou que processo de apuração está em curso por parte de sua Auditoria Interna e que está adotando medidas para solucionar o caso, inclusive de suporte às pessoas prejudicadas.
O Banco Central está apurando junto ao Banco do Brasil os fatos ocorridos. O Banco do Brasil informou que processo de apuração está em curso por parte de sua Auditoria Interna e que está adotando medidas para solucionar o caso, inclusive de suporte às pessoas prejudicadas.
Veja íntegra da nota oficial enviada pelo Banco do Brasil, nesta terça:
O Banco do Brasil recebeu, com surpresa, notificação do Procon
Pernambuco com determinação para suspender o serviço de câmbio em todas
as agências do Estado, por 30 dias.
Em nota oficial ontem, o Banco do Brasil esclareceu que tomou todas
as medidas de segurança necessárias, o que incluiu a identificação e
isolamento de todo o lote de cédulas que originou as ocorrências. O
Banco reafirma que se trata de um caso pontual, e que não existe risco
para os demais clientes que realizaram ou venham a realizar operações
de câmbio em Recife ou em qualquer outra agência em Pernambuco ou no
Pais.
Todos os clientes que adquiriram ou possam ter adquirido as notas
fraudadas já foram contactados pelo Banco do Brasil e receberam
orientações.
O Banco do Brasil também informou que contratou advogado nos
Estados Unidos para apoio jurídico ao sr João Silva e sua filha. O
advogado contratado já realizou contatos com os clientes e protocolou
documentação necessária às autoridades policiais americanas responsáveis
pela investigação.
O Banco do Brasil lamenta a notificação recebida, sem qualquer
pedido prévio de esclarecimento, e reafirma que atua há mais de 30 anos
no mercado de câmbio, e é líder no segmento.
Fonte: G1/PE
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