O número de violência contra jovens e adolescentes no Ceará
no primeiro semestre de 2015 supera o total de crimes contra essas
pessoas no mesmo período do ano passado, de acordo com a Polícia Civil.
Ainda segundo a polícia, na maioria dos casos, esses crimes envolvem
pessoas próximas às vítimas, como parentes e vizinhos.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social
(SSPDS), nos seis primeiros meses de 2014 foram 157 crimes de violência
contra crianças e adolescentes no estado. Em 2015, foram 187 casos.
Em relação ao crime de estupro de vulnerável, houve redução desde o ano
passado. Segundo os dados da secretaria, foram 47 denúncias de estupro
de vulnerável no Ceará no primeiro semestre 2014; enquanto que em 2015
foram 14 denúncias.
Os casos são registrados pela Delegacia de Combate à Exploração da
Criança e do Adolescente, a única delegacia do Ceará especializada nesse
tipo de crime. “São crimes acontecem no interior das residências, no
meio familiar, local onde a criança deveria estar totalmente guardada,
vigiada, protegida”, relata a delegada Ivana Timbó.
A delegada afirma há dificuldade por parte das famílias para fazer
denúncias de estupro de vulnerável. A Polícia Civil recomenda que os
crimes sejam denunciados de imediato. “Alguém que não queira
identificar, que não faça parte dessa família, um vizinho, mas que sabe
que aquela criança está sendo abusada, ela pode recorrer ao Disque
Denúncia nacional, ligando para o telefone número 100”, recomenda a
delegada Ivana Timbó.
Fórum de defesa
Os casos de denúncia de violência contra crianças são acompanhados pelo Fórum Permanente de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. O Fórum DCA conta com apoio de 40 ONGs, seis delas trabalham diretamente com o enfretamento à violência sexual. Eles dão suporte psicológico e estrutural para quem sofre exploração ou abuso.
O grupo realiza também um trabalho preventivo, para evitar esse tipo de
prática criminosa. “A gente precisa ter unidades de acolhimento
especializadas para esse tipo de vítimas. A gente precisa de serviço
terapêutico para essas vítimas. Existe mas está bem deficiente”, diz
Lídia Rodriguez, da Comissão de Enfrentamento à Violência Sexual do
Fórum DCA.
Fonte: G1/CE
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