Paleontólogos descobriram fósseis de um camelo gigante na Ilha de
Ellesmere, na porção do Canadá no Ártico, informaram agências
internacionais nesta quarta-feira (6). Os 30 fragmentos de osso
encontrados representam o registro mais ao norte que se tem de animais
do gênero Paracamelus, que teriam vivido há 3,5 milhões de anos no extremo norte canadense, segundo os pesquisadores.
Os camelos primitivos habitaram a região quando havia no local uma
floresta boreal, durante um período de aquecimento do planeta, de acordo
com os pesquisadores. Os antecessores destes animais surgiram há 45
milhões de anos na América do Norte, de acordo com os cientistas.
Ilustração
mostra camelo pré-histórico que teria vivido na Ilha de Ellesmere, na
região do Ártico (Foto: Divulgação/Julius Csotonyi/Museu Canadense de
Natureza)
O estudo com os detalhes da descoberta foi publicado nesta semana no
site científico "Nature Communications". Ele foi realizado por
pesquisadores do Museu Canadense de Natureza.
"Esta é uma descoberta importante porque representa a primeira
evidência de camelos na região do alto Ártico", afirmou uma das
responsáveis pelo estudo, a pesquisadora Natalia Rybczynski.
Segundo a cientista, a descoberta também "sugere que a linhagem à qual
pertencem os camelos modernos originalmente se adaptou para viver em
torno de uma floresta boreal".
Algumas características dos camelos modernos, "como seus pés largos e
planos, seus grandes olhos e suas corcovas de gordura, podem ter sido
adaptações derivadas da vida em uma região polar", afirmou Natalia.
Parte dos fósseis encontrados pelos cientistas
(Foto: Divulgação/Museu Canadense de Natureza)
Fósseis
Fósseis do camelo foram encontrados durante escavações de campo nos verões de 2006, 2008 e 2010 em um pequeno monte em Fyles Leaf Bed, um depósito de areia em uma região da Ilha de Ellesmere, onde já foram encontrados restos de plantas pré-históricas, mas nunca de um mamífero.
Segundo os pesquisadores, os fragmentos pertencem a uma tíbia, osso que
em seres humanos é um dos maiores do organismo. Eles afirmam, no
estudo, não terem sido capazes de fazer uma medição precisa do tamanho
do camelo, mas ressaltam que a característica é identificável devido às
grandes proporções do fóssil.
Anteriormente, em um lugar próximo conhecido como Beaver Pond, foram descobertos fósseis de mamíferos datando da mesma época.
A confirmação de que os fósseis descobertos são de um camelo exigiu que
os cientistas recorressem a uma nova técnica de análise, que permite
determinar o perfil de colágeno nos ossos descobertos.
Os dados anatômicos dos fósseis, junto com a comparação de seu perfil
de colágeno com o de 37 mamíferos atuais e com o do camelo gigante de
Yukon (noroeste do Canadá) - o antecessor dos camelos modernos - que se
encontra no Museu Canadense de Natureza, confirmaram que os fósseis da
Ilha de Ellesmere pertencem a um camelo.
Seguramente, o animal era da mesmo gênero Paracamelus que habitou a América do Norte durante milhões de anos, disseram os cientistas.
*Com informações da EFE
Fonte: G1
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