PAUSE PARA LER OS CONTEÚDOS

sábado, 9 de março de 2013

Deputados divergem sobre cotas raciais

Enquanto Dedé Teixeira defendeu a implantação de cotas, outros parlamentares disseram que o modelo é injusto

Em seu pronunciamento, o deputado Dedé Teixeira defendeu as cotas raciais e apontou resultados positivos obtidos pelo Governo Federal FOTO: VIVIANE PINHEIRO

O deputado Dedé Teixeira (PT) defendeu a política de cotas raciais para o ingresso de jovens nas universidades brasileiras, ontem, na tribuna da Assembleia Legislativa. Outros parlamentares, no entanto, criticaram o modelo adotado pelo atual Governo Federal e chegaram a chamar de "injusta" e "absurdo" o processo de escolha desses estudantes.

De acordo com o petista, com a cota racial, houve um aumento de mais de cinco vezes no número de negros nas universidades, mas lembrou que 91% dessas pessoas ainda estão fora das instituições de ensino superior. Conforme disse, em 6 anos, o Programa Universidade Para Todos (Prouni) matriculou mais de milhão de negros, índios e pardos. Desse total, somente 265 mil se formaram, segundo informou Dedé Teixeira.

Somente em 2012, conforme afirmou, foram beneficiados 36 mil estudantes em todo o País. "O caos e a catástrofe que muitos chegaram a dizer que aconteceria, inclusive, afirmando no fim das universidades, não se concretizou. Isso significa dizer que a política de cotas é uma ação importante e fundamental para o País", afirmou ele.

Resultado

Segundo ele, em números brutos, 2,8 milhões de jovens entre 18 e 24 anos ingressaram no Ensino Superior nos últimos anos, resultado que, em sua avaliação, poucos países do mundo conseguiram num curto espaço de tempo. O deputado também criticou, em seu pronunciamento, os governadores de estados que se posicionaram favoráveis ao veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto de lei que trata sobre a divisão dos royalties do petróleo. "Eles já têm ICMS, milhares de empresas migrando para lá e ainda querem ficar com todo o bolo dos royalties", criticou o petista.

Já os deputados Fernando Hugo (PSDB), Ely Aguiar (PSDC) e Silvana Oliveira (PMDB) se posicionaram contrários à política de cotas raciais para ingresso nas universidades do País. Segundo a peemedebista, ela é a favor da "meritocracia", ou seja, de que aqueles que estudaram para conseguir a vaga na instituição de ensino sejam aceitos. A parlamentar afirmou ainda que o sistema de cotas tenta resolver uma injustiça "com uma injustiça maior ainda". Para a deputada do PMDB, tem que se levar em consideração o aumento do número de universidades que justificariam o número de ingressos no Ensino Superior.

"Se não precisa ter o mesmo conhecimento para concorrem em pé de igualdade, que se faça um sorteio, porque muitas pessoas pagam escolas caras, tirando do próprio bolso e deixando até de comer. Eu não concordo que um cotista passe na frente desse estudante", reclamou Silvana Oliveira.

Absurdo

Já Fernando Hugo foi mais além e disse achar a medida um absurdo. "É demais falar sobre esse absurdo ilegal, político-eleitoreiro, injusto, demagogo e uma verdadeira sacanagem comportamental. Respeito o negro e o índio, mas isso é um absurdo, pois rasga até o significado da palavra vestibular, que é um concurso", disparou.

Ainda em seu pronunciamento, Dedé Teixeira pediu mais atenção do poder público aos hospitais municipais, que, segundo ele, têm tido poucos investimentos para determinados procedimentos. O petista afirmou ainda que, apesar dos recentes investimentos na área da Saúde, como a implantação de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), policlínicas e hospitais regionais, as unidades municipais estão sofrendo com a falta de investimentos.

"Sei que o problema da saúde é o financiamento, mas temos que encontrar uma solução para que os hospitais de saúde primária, que acabam sendo um sustentáculo para o Município, possam ter mais recursos", alertou o parlamentar.

O deputado Mailson Cruz (PRB) afirmou que, em razão da oferta reprimida de hospitais, existe uma alta rotatividade no Programa Saúde da Família (PSF). Para ele, os serviços que antes eram para serem desenvolvidos na comunidade não são mais realizados e, com isso, o Município passa a gastar com o PSF e com pequenos hospitais.


Nenhum comentário:

Postar um comentário