Nokia lança neste mês no Brasil serviço de músicas online sob demanda por R$ 5,60 mensais
A partir deste mês de março, os usuários de smartphones Nokia com sistema operacional Windows Phone 8 terão à sua disposição um acervo de 17 milhões de músicas para ouvir em seus aparelhos ou no computador. O serviço, que utiliza a tecnologia "streaming" (transmissão sob demanda em tempo real na internet), custa R$ 5,60 por mês e deve concorrer com outras iniciativas do mundo digital, como o Deezer e o Rdio - que cobram mensalidades entre R$ 8 e R$ 15. Graças a iniciativas como estas - que colocam ao alcance do usuário milhares de faixas por uma assinatura que custa menos do que um CD com menos de 20 músicas -, a indústria fonográfica vive um novo momento, no qual o meio digital parece ser mais a salvação do que a esperada condenação prevista no final dos anos 90.
As
ferramentas online para ouvir música mudam o conceito de "possuir" uma
faixa para o de "acessar um banco de músicas", com o custo mensal mais
barato do que o valor de um CD, e acabam reduzindo a piratariaA indústria da música deixou para trás 12 anos de queda em 2012, registrando um pequeno, mas importante aumento de 0,3% em seu faturamento, que atingiu US$ 16,5 bilhões, de acordo com dados da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em inglês).
A ligeira alta servirá para aliviar a pressão sobre os dirigentes das gravadoras, que viram suas vendas caírem de um pico de US$ 28,6 bilhões em 1999, sob o efeito dos downloads pela internet e da relutância do setor em aceitar a distribuição digital.
Uma vez mais foi o segmento digital que mostrou o mais forte crescimento, pela primeira vez mais que compensando o recuo na receita de vendas físicas.
"No início da revolução digital, era comum dizer que a mídia digital estava matando a música", disse Edgar Berger, presidente internacional da Sony Music Entertainment, em declaração à agência de notícias Reuters. "Bem, a verdade é que a mídia digital está salvando a música. Acredito absolutamente que isso marque o início de uma história de crescimento mundial. O setor tem todos os motivos para sentir otimismo quanto ao futuro", disse o executivo.
As vendas digitais das gravadoras subiram cerca de 9% em 2012, ante 2011, para US$ 5,6 bilhões, respondendo por 34% do faturamento total. O faturamento com downloads de música subiu 12%, com 4,3 bilhões de faixas compradas via download no mundo. As vendas digitais de álbuns cresceram 17%, para 207 milhões de unidades.
Serviços maduros
Serviços de música por assinatura como o Spotify e o Deezer "chegaram à maioridade" no ano passado, de acordo com a IFPI, e devem ultrapassar o marco de 10% do faturamento digital total do setor de música pela primeira vez. Além de oferecem música via streaming, os serviços de música online também comercializam, via web, álbuns e faixas individuais ao gosto do usuário. O Spotify tem mais de 5 milhões de usuários pagantes, ante 3 milhões no final de 2011, e é a segunda maior fonte de receita digital para o setor de música na Europa. O serviço, criado na Suécia, ainda não está disponível no Brasil.
O francês Deezer também se expandiu rapidamente e atingiu os 3 milhões de assinantes em todo o mundo. Os executivos dizem que o número crescente de plataformas digitais ajudou as empresas a aumentar sua base de receita e que o surgimento de novos serviços era uma notícia positiva para o setor.
Opções no Brasil
Recém-chegado ao Brasil, o Deezer oferece mais de 20 milhões de músicas por meio do navegador do computador e por aplicativos para smartphones e tablets. O plano para PC ou Mac custa R$ 8,90 por mês e permite escutar faixas ilimitadas. Este plano é gratuito por seis meses para novos usuários. Já o plano que inclui celulares e tablets e permite ouvir faixas offline custa R$ 14,90 mensais.
O Deezer também vende álbuns e faixas musicais individuais aos usuários brasileiros, servindo como intermediário das lojas Amazon e iTunes (da Apple). O preço de cada faixa fica em torno de US$ 1.
Funcionando de forma semelhante ao Deezer e presente no mercado nacional há mais de um ano, o Oi Rdio é outra opção para o usuário brasileiro. Seu plano básico inclui o streaming ilimitado por meio da web (acessível via navegador do computador, e custa R$ 8,99 por mês. Outro plano, que expande o serviço para aplicativos para tablets e smartphones, custa R$ 14,90 por mês. Assim como no Deezer, no plano que inclui dispositivos móveis, o usuário pode baixar um número ilimitado de músicas para ouvir offline. O serviço cria uma lista de reprodução que espelha as músicas que o usuário armazena em seu dispositivo.
Clubes de usuários
Opção mais barata é o serviço Musica+, da Nokia, por R$ 5,60 mensais - embora restrito aos usuários de aparelhos Lumia com Windows Phone 8. Outra limitação é que o usuário só poderá ouvir canais de música pré-selecionadas, embora o acervo de 17 milhões de faixas se aproxime dos 20 milhões do Deezer.
Para quem é assinante do serviço de banda larga da operadora GVT, há ainda a opção do Power Music Club (PMC), um portal de música que a companhia oferece gratuitamente para seus clientes. O serviço é uma parceria da companhia telefônica com a Universal Music e oferece acesso ilimitado ao conteúdo (músicas, videoclipes e shows) dos artistas contratados pela gravadora. O usuário pode acessar o serviço tanto pelo navegador do computador como por meio de aplicativo para smartphone e tablet. A interface permite ao usuário criar suas listas de reprodução, bem como ouvir listas de outros usuários.
VALE A PENA OUVIR
Rdio - Serviço dos mesmos criadores do Kazaa e Skype. Tem 18 milhões de faixas e é um dos pioneiros do streaming de música no Brasil, onde foi lançado, em 2012, em parceria com a Oi.
Deezer - Recém-chegado ao Brasil, é um dos melhores, com vasto acervo (20 milhões de faixas) e planos acessíveis.
Grooveshark - Oferece acesso gratuito a 15 milhões de músicas. Corre por fora, driblando bloqueios a seus aplicativos em vários países com um site que roda em qualquer dispositivo.
4me.fm - Criado por brasileiros, o site oferece áudio gratuito a partir de vídeos musicais disponibilizados no YouTube.
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