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sábado, 9 de março de 2013

Fortaleza lidera a inflação acumulada na baixa renda

Na investigação que mede a inflação geral, a Capital teve o quarto maior índice do mês, segundo o IBGE

Enquanto a alimentação apresentou as maiores variações no mês passado, serviços relacionados ao turismo foram os que mais mostraram redução no período, a exemplo da passagem aérea Fotos: Agência Brasil / Natasha Mota

Fortaleza registrou a maior inflação dos últimos 12 meses entre as 11 regiões metropolitanas pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o mês de fevereiro. A variação chegou a 9,24% e corresponde ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que refere-se às famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos. No ano, o acúmulo é de 1,74% - a segunda maior da pesquisa no período.

Entre as áreas de consumo investigadas no mês passado, a que mais influenciou no resultado local foi a de alimentação e bebidas (1,99% no geral), a qual abrange a alta de 159,46% da farinha de mandioca, a de 113,37% do tomate e de 106,38% para a batata inglesa.

Para as demais áreas, o IBGE apontou um crescimento de 1,76% no gasto com transportes e 0,89% com educação. Este último segmento, inclusive, ainda não teve contabilizado a nova alta que os colégios particulares cearenses estão aplicando em março, da ordem de 10% a 12%, e que deve influenciar no próximo levantamento do INPC.

Ranking

Na comparação com as outras regiões metropolitanas, a segunda maior alta nos preços medidos pelo INPC acumulado em 12 meses ficou para Belém (PA), com uma variação de 9,14%. Recife (PE) vem em seguida, com acréscimo de 7,74% nos preços. Logo após, vem Salvador (BA), com 7,52%.

Inflação geral pelo IPCA

Já no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação de um a 40 salários, a Capital cearense segue entre os indicadores mais altos em mais de um dos comparativo estudado pelo IBGE. Apesar do 10º menor peso para a região na pesquisa (3,49%), Fortaleza despontou com a quarta maior inflação no mês de fevereiro (0,72%). No ano, o indicador da Capital cearense acumula variação de 1,74%, enquanto, para os últimos 12 meses, acumula 8,31%. Ambas correspondem à segunda maior marca dentre as 11 regiões investigadas.

Entre, as demais regiões metropolitanas pesquisadas, Recife segue com as maiores inflações no mês (0,98%) e no ano (1,89%). Salvador, o último nordestino investigado, marcou a quinta maior inflação em fevereiro (0,67%) e o sexta maior acumulada no ano (1,53%).

Consumidor sente

Fortaleza teve na alimentação a maior vilã da inflação. Das dez maiores majorações registradas pelo IBGE, oito são produtos alimentícios. Encabeçados pela cenoura (25,74%), estiveram o tomate (20,66%), a farinha de mandioca (18,56%) e outras mais. De fora deste segmento, apenas o custo com curso de idioma (8,25%) e os eletrodomésticos e equipamentos (6,67%), segundo a pesquisa. Outras variações importantes são: as altas da gasolina (6,31%), do etanol (3,39%) e do diesel (3,63%); e da queda da energia elétrica, de-13,74%.

Turismo mais barato

Os índices de preços para o consumidor investigados pelo IBGE ainda constataram que uma série de itens relacionados ao turismo estiveram em queda em fevereiro, facilitando a vinda de turista para Fortaleza e, de tabela, para o Ceará. Estão nesta lista o preço da passagem aérea, a qual apresentou uma queda de 15,05% em fevereiro. E, se não já bastasse para incrementar as visitas à Capital cearense, o custo com hotelaria também seguiu o movimento e recuou 11,52%.

Para completar o decréscimo da inflação sobre o setor turístico em Fortaleza, o IBGE também apontou um outro decréscimo de inflação no preço dos pacotes turísticos ofertados na região metropolitana. O segmento chegou a -9,87%, de acordo com os dados apurados para o IPCA no mês passado.
´Preços continuam sob controle´

Barbosa acredita que a queda nos preços das commodities e da energia vai frear a inflação FOTO: AGÊNCIA BRASIL

Brasília A alta da inflação em fevereiro, que foi de 0,60% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), surpreendeu o governo, da mesma forma que superou as previsões do mercado. A expectativa era uma inflação no mês passado entre 0,40% e 0,45%.

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, disse ontem, que o IPCA "veio um pouco acima do esperado", mas destacou o recuo em relação a janeiro último. Ele afirmou que a trajetória é de queda. "A inflação vai caminhar para o centro da meta no prazo adequado. A inflação no Brasil está sob controle", garantiu Barbosa.

Os analistas das instituições do mercado financeiro, ouvidos pelo Banco Central, na formulação do boletim Focus, não acreditam que a inflação voltará para o centro da meta na atual administração da presidente Dilma Rousseff. Eles projetam que o IPCA fechará o ano em 5,7% e, em 5,5%, em 2014. O mercado tem colocado em dúvida o empenho do governo em combater a inflação que, nos últimos dois anos, fechou bem acima do centro da meta oficial de 4,5%. O patamar pode sofrer uma variação de até dois pontos porcentuais, para baixo ou para cima.

Barbosa declarou que a expectativa é de que a inflação vá caindo gradualmente, quando começar a ser transmitida a queda recente dos índices de preços das commodities (produtos básicos cotados internacionalmente). Ele declarou que as commodities caíram fortemente este mês, mas o impacto demora a ser sentido na ponta, pelo consumidor brasileiro.

Energia ajudou a reduzir

O secretário também espera que a redução do custo da energia elétrica continue puxando o índice para baixo nos próximos meses. Em fevereiro, houve um primeiro impacto direto na tarifa do consumidor, mas ele avalia que ainda haverá um reflexo indireto. "Vai reduzir o custo de algumas empresas, principalmente micros e pequenas empresas. E isso tende a ser transmitido para o preço gradualmente onde você tem uma competição maior", acredita Barbosa

IGP-M já mostra elevação

Rio A primeira prévia do IGP-M de março mostrou uma alta de 0,15% no indicador, após ele apresentar aumento de 0,41% em igual prévia no mês passado. A informação foi divulgada ontem, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A taxa anunciada ficou perto do piso das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE-Projeções, que esperavam de alta de 0,12% a 0,45%, com mediana das expectativas em 0,25%. A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem a primeira prévia do IGP-M de março.

O IPA-M não registrou variação na primeira prévia do índice este mês, em comparação com a alta de 0,37% na primeira prévia de fevereiro. Por sua vez, o IPC-M apresentou alta de 0,53% na prévia anunciada hoje, após subir 0,20% na primeira prévia de fevereiro último.

Já o INCC-M teve elevação de 0,27% na primeira prévia deste mês, após registrar aumento de 1,15% na primeira prévia de fevereiro. O IGP-M é muito usado no cálculo do reajuste de alugueis. Até a primeira prévia de março, o índice acumula aumentos de 0,78% no ano, e de 8,0% em 12 meses. O período de coleta de preços para cálculo da primeira prévia do IGP-M de março foi do dia 21 a 28 de fevereiro.

Março a 0,43%

Há na dinâmica inflacionária do País elementos que podem levar o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) a fechar o mês de março com uma taxa equivalente à de março de 2012, que foi de 0,43%, previu, na última quarta-feira, o coordenador de Análises Econômicas da FGV e responsável pelo indicador, Salomão Quadros. Em fevereiro, o IGP-M registrou aumento médio dos preços de 0,29%, abaixo da taxa de 0,34%, apurada em janeiro.

Dentre os itens que estão no radar do coordenador destacam-se o preço da soja no atacado e a redução da tarifa de energia elétrica no varejo. No tocante à soja, apesar de no mês de fevereiro a oleaginosa ter sido um dos destaques de queda de preços, com redução de 11,06%, a deflação, segundo Quadros, já vem perdendo ímpeto.

A avaliação dele em relação ao comportamento do grão é de que, a despeito de as previsões contarem com a entrada de uma boa safra de soja no Brasil, a colheita norte-americana só entra no mercado a partir de setembro próximo.

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