A procura por diagnóstico e tratamento é crescente. O Instituto
do Câncer do Ceará (ICC) faz 18 mil aplicações de radioterapia por mês.
Foto: Kelly Freitas
Fila para exame é um dos mais graves problemas enfrentados por mulheres que dependem do SUS.
No
próximo dia 8 de abril, é comemorado o Dia Nacional de Combate ao
Câncer. Entretanto, apesar dos avanços na tecnologia, o número de casos
só aumenta e as dificuldades de diagnóstico também. O principal vilão
ainda é o câncer de mama. Na Capital, segundo dados do Comitê Estadual
de Controle do Câncer, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), cerca de
2.700 mulheres necessitam de exploração complementar nas mamografia, ou
seja, biópsia por imagem.
No Ceará, a estimativa, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), é que mais de 17 mil novos casos surjam em 2013. Somente de mama devem ser mais 1.770. Este tipo de câncer só cresceu nos últimos anos. Conforme o órgão, em 2010, foram 1.660 casos. Em 2008, o Estado apresentou 1.540 ocorrências. Um aumento de 14% em cinco anos.
Segundo o médico Antonio de Pádua, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (Ceará), a fila de espera por biópsia de tumores não palpáveis de mama é um dos problemas mais graves enfrentados pelas pacientes que necessitam do serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado. De acordo com ele, apenas os grandes hospitais públicos e clínicas particulares realizam o procedimento.
Ele explica que os tumores não palpáveis são os mais complicados de identificar, já que a maioria possui menos de um centímetro. Conforme Pádua, as mulheres cujos nódulos não são percebidos manualmente precisam de uma biópsia guiada por método de imagem e acompanhada de um radiologista. Contudo, os municípios do Interior não oferecem o serviço. "Se essas lesões não palpáveis são identificadas logo no início, a paciente tem chance de cura de mais de 90%. Além disso, evita a retirada total da mama", destaca o médico.
Dificuldades
No Ceará, a estimativa, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), é que mais de 17 mil novos casos surjam em 2013. Somente de mama devem ser mais 1.770. Este tipo de câncer só cresceu nos últimos anos. Conforme o órgão, em 2010, foram 1.660 casos. Em 2008, o Estado apresentou 1.540 ocorrências. Um aumento de 14% em cinco anos.
Segundo o médico Antonio de Pádua, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (Ceará), a fila de espera por biópsia de tumores não palpáveis de mama é um dos problemas mais graves enfrentados pelas pacientes que necessitam do serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado. De acordo com ele, apenas os grandes hospitais públicos e clínicas particulares realizam o procedimento.
Ele explica que os tumores não palpáveis são os mais complicados de identificar, já que a maioria possui menos de um centímetro. Conforme Pádua, as mulheres cujos nódulos não são percebidos manualmente precisam de uma biópsia guiada por método de imagem e acompanhada de um radiologista. Contudo, os municípios do Interior não oferecem o serviço. "Se essas lesões não palpáveis são identificadas logo no início, a paciente tem chance de cura de mais de 90%. Além disso, evita a retirada total da mama", destaca o médico.
Dificuldades
O diagnóstico precoce não aconteceu no caso da dona de casa Francisca das Chagas Lima, 55 anos. Aos 38, ela percebeu um nódulo bastante volumoso na sua mama esquerda. Procurou atendimento no Hospital do Câncer e não conseguiu. Depois de muito pedir, um amigo de seu marido conseguiu atendimento para ela na Santa Casa de Misericórdia. Como o tumor já era palpável, a biópsia não demorou e, após um mês, ela teve que realizar a mastectomia da mama.
Mas os problemas de Francisca não pararam por aí. Dez anos depois, o câncer apareceu na outra mama, e ela precisou passar por todo o sofrimento novamente. O que mais incomoda a dona de casa, que depende do SUS, é a dificuldade de realizar exames. "Há quatro anos, espero para fazer uma ultrassonografia nas pernas", destaca.
Antônio de Pádua ressalta que o crescimento do número de casos de câncer, em geral, é explicado pelo aumento da expectativa de vida. "Passamos mais tempo expostos aos sol, às radiações, ingerimos mais comidas com hormônio, inalamos mais fumaça de carros. Essas são as principais causas do câncer".
Novos centros
O presidente do Comitê Estadual de Controle do Câncer, Luiz Porto, reconhece que o Ceará apresenta dificuldades em realizar os exames exploração complementar nas mamografias (biópsia palpável). Ele afirma que a Sesa está se mobilizando para resolver o problema.
Segundo ele, no próximo semestre, novos três centros em Fortaleza devem atender essa demanda: o Grupo de Educação e Estudos Oncológicos da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), o Hospital Fernandes Távora e no Instituto de Prevenção do Câncer do Ceará (IPCC). "Por hora essas, biópsias só estão sendo realizadas em hospitais. Neste ano, vamos comprar mamógrafos especializados que fazem com esterotaxia, exame que localiza lesões não palpáveis de mama", diz.
Demanda do ICC aumenta com pacientes do Interior
Mensalmente, o Instituto do Câncer do Ceará (ICC) realiza 21 mil atendimentos, 18 mil aplicações de radioterapia, 12 mil consultas, 6.500 exames diagnósticos, 500 cirurgias, entre outros procedimentos. Uma demanda crescente nos últimos anos. Segundo a diretoria da unidade, grande parte dos pacientes é proveniente do Interior.
O mais agravante é que muitos deles, diante da demora no encaminhamento das consultas médicas, que é de responsabilidade do município de origem, se cadastram como moradores de Fortaleza em casa de parentes ou amigos.
O diretor clínico do ICC, Reginaldo Costa, relata que a demanda de pacientes tem crescido consideravelmente, tanto que, no último ano, foi necessário acrescentar mais 19 leitos de enfermaria e três leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ele afirma que a maioria deles vem do Interior. No entanto, não há como mensurar essa quantidade.
"Temos dificuldade de saber qual o município de origem dos pacientes, já que eles utilizam o endereço de Fortaleza para conseguir o atendimento, mas muitas vezes não são da Capital. Pelo fato de existir a necessidade de autorização da secretaria de saúde do município, há uma grande dificuldade. Para não esperar, eles acabam vindo morar na casa de parentes", diz.
Diante dessa situação, segundo Reginaldo Costa, o ICC abriu uma unidade em Sobral. Conforme ele, grande parte dos procedimentos que é oferecida em Fortaleza é também ofertada na unidade do Interior. "É preciso existir uma política pública que possa estender o atendimento e descentralizar os procedimentos".
Providências
Para facilitar o acesso à mamografia, o presidente do Comitê Estadual de Controle do Câncer, Luiz Porto, explica que está sendo criada uma rede de atenção no Estado, que envolve o treinamento dos profissionais de saúde através do Sistema de Informação do Câncer e Mama e a implantação centros secundários de atenção oncológica nas Policlínicas. Segundo ele, das 22 unidades no Estado, 12 já possuem mamógrafos e vão começar a realizar biópsias.
KARLA CAMILA
REPÓRTER
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