Cientistas britânicos desenvolveram uma vacina sintética contra a febre
aftosa, mais segura e resistente que as tradicionais, segundo um artigo
publicado na quarta-feira (27) na revista "PLOS Pathogens".
A nova dose poderia ser usada como alternativa ao abate de gado, sem
risco de liberação do vírus vivo na natureza, destacaram os
pesquisadores. Além dos bovinos, a doença atinge ovelhas, cabras e
porcos.
Atualmente, os animais vacinados recebem uma dose baixa do vírus, que é
altamente contagioso, para estimular seu sistema de defesa a produzir
anticorpos.
Vírus da febre aftosa é muito contagioso e atinge bovinos, ovinos e suínos
(Foto: Antônio Silva/Agência Pará)
A vacina comum traz outro inconveniente, principalmente às exportações
de carne, que é a detecção do anticorpo contra o vírus no organismo do
animal após a vacina, o que dificulta saber, por meio de um exame de
sangue, como ele foi contraído – se pela imunização ou pelo real
contágio da febre aftosa. Com a nova dose, porém, ficaria mais fácil
diferenciar esses dois casos.
Os pesquisadores das universidades de Oxford e Reading e de dois órgãos
governamentais – Instituto Pirbright e Diamond Light Source –
conseguiram reconstruir a estrutura externa do vírus da febre aftosa
após analisar partículas atômicas dele em um acelerador de partículas
instalado em Londres.
Testes preliminares demonstraram que a dose se manteve estável por pelo
menos duas horas a temperaturas de até 56° C, segundo a agência AFP.
Agora, a equipe começa a discutir o desenvolvimento comercial de uma
vacina sintética contra a doença para os próximos seis a oito anos.
"O que desenvolvemos se aproxima do ideal das vacinas contra a febre
aftosa", disse à AFP Dave Stuart, professor de Biologia Estrutural de
Oxford.
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