Chegada da tecnologia movimenta mercado, com novos planos de acesso e aparelhos à escolha do usuário
"4G" e "LTE" são os mais recentes caracteres que entram para a sopa de letrinhas no dia a dia dos usuários da telefonia no Brasil. O que antes era só termo tecnológico distante, agora começa a fazer parte do cotidiano do usuário de smartphones, tablets e notebooks. Amanhã, dia 30, vence o prazo dado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para que as operadoras ofereçam o serviço em pelo menos 50% do espaço urbano de Fortaleza - bem como das demais sedes da Copa das Confederações.
foto: Com a tecnologia 4G LTE, os celulares podem chegar a velocidades em torno de 100 MbpsSeguindo o cronograma, as companhias telefônicas já estão anunciando comercialmente o serviço. A Claro foi a primeira a lançar o acesso 4G em Fortaleza, há duas semanas, com cobertura de 80% da cidade. Na semana passada, a Oi também anunciou a chegada de seu serviço na capital cearense - cobrindo 50% de sua área urbana. Amanhã, é a vez da Vivo fazer o lançamento. Procurada pela reportagem, a TIM limitou-se a informar que segue o cronograma "de forma a cumprir o primeiro prazo determinado pela Anatel para ativação da rede LTE até 30 de abril". A companhia destaca que fechou um acordo com a Oi para compartilhamento da rede de acesso de rádio no 4G.
Novos planos, velocidades e aparelhos compõem os ingredientes desta sopa que o consumidor deve digerir para tirar proveito da tecnologia. Só neste ano, a previsão da Anatel é de que devem ser vendidos 4 milhões de aparelhos com a nova tecnologia que tem como principal atrativo a capacidade de atingir velocidade dez vezes maior que a atual (3G) no acesso à internet. No último mês de março, antes mesmo do serviço de quarta geração da telefonia entrar "no ar" plenamente, foram ativados 14.702 aparelhos 4G - pelo fato da Claro já ter lançado o serviço anteriormente em Recife (PE), Búzios (RJ), Paraty (RJ) e Campos do Jordão (SP).
A chegada na nova geração da telefonia promete aquecer ainda mais um mercado que, só em março registrou 1,01 milhão de novas habilitações. Com esse otimismo, subentende-se de que a quarta geração não trará as mesmas decepções do 3G, tecnologia que, apesar do início promissor em 2007, nunca chegou a agradar plenamente o usuário brasileiro, por conta de problemas de qualidade que até hoje não foram superados.
Segundo Maurício Higa, gerente de marketing da Huawei no Brasil, fornecedora de equipamentos de rede LTE para as operadoras Claro, Vivo e TIM, as companhias vão continuar o investimento em suas redes 3G. Hoje, 40% dos municípios brasileiros ainda não contam com o serviço de telefonia de terceira geração.
Diferenciais
A tecnologia LTE (Long Term Evolution), escolhida para entregar aos usuários os benefícios da quarta geração dos serviços de telefonia móvel, permite acessos a uma velocidade de até 150 Mbps - as conexões fixas mais comuns nas residências hoje em dia variam de 1 a 15 Mbps e a conexão móvel 3G atinge picos de 14 a 21 Mbps (HSPA+). Porém, os aparelhos celulares 4G até então disponíveis no Brasil só têm capacidade de atingir 100 Mbps, segundo afirma Maurício Higa.
Presente no lançamento do serviço da Claro no último dia 16, o Tecno conferiu o serviço em uma experimentação com um aparelho Nokia 820. No local, na avenida Beira Mar, em Fortaleza, a velocidade de acesso ficou em torno de 40 Mbps. A operadora diz que a velocidade oferecida por sua rede varia de 40 a 50 Mbps.
A própria Huawei, que também fabrica smartphones, apresentou no início deste ano no mercado internacional, o Ascend P2, considerado o telefone mais "veloz" do mercado, que atinge a velocidade de 150 Mbps no acesso móvel via LTE. A empresa, de origem chinesa, que já fabrica no Brasil os equipamentos de rede 4G que fornece às operadoras, não tem previsão de lançamento de seu smartphone no mercado brasileiro. Para usuário final, a Huawei dispõe apenas dos modems 4G que permitem o acesso à nova rede através da porta USB em notebooks e computadores desktop.
Aparelhos compatíveisPara os usuários que quiserem estar entre os primeiros a experimentar o 4G, não é qualquer aparelho que vai lhe dar esse prazer. Mesmo que tenha compatibilidade com o padrão LTE, o dispositivo deve ser homologado pela Anatel, o que significa que ele opera na frequência de 2,5 GHz, definida pelo órgão para o 4G no Brasil. Aparelhos adquiridos em outros países podem, portanto, não funcionar na rede 4G das operadoras nacionais.
Segundo a consultoria Teleco, do total de 666 dispositivos LTE existentes em janeiro deste ano, 450 aparelhos podem também operar em redes 3G (HSPA), incluindo 201 dispositivos que incorporam capacidades HSPA+ (a chamada "3G+") e 193 produtos capazes de operar em redes EV-DO (3G no padrão CDMA). A maior parte dos dispositivos - 284 - são compatíveis com a faixa de 700 MHz - a mesma usada nos EUA e que deve ainda ser leiloada no Brasil. Na faixa de 2,5 GHz - a eleita pelo Brasil pra o 4G -, há 180 aparelhos compatíveis. Em 800 MHz, há 137 dispositivos. No total, há 112 aparelhos "triband" - que funcionam em 800 MHz, 1,8 GHz e 2,6 GHz - e que seria, hoje, o ideal para o roaming - a utilização do mesmo aparelho em redes diferentes, como, por exemplo, quando o usuário está em viagem.
Na lista dos homologados pela Anatel apresentados no site da Teleco estão os smarphones BlackBerry Z10, da BlackBerry; Lumia 920 e Lumia 820, ambos da Nokia; Optimus F5 e Optimus G (LG-E977), da LG; Razr HD, da Motorola; Xperia ZL, da Sony; Galaxy S III, Galaxy Express e Galaxy Note II, da Samsung. Também já estão a caminho do mercado brasileiro também o Galaxy S4, da Samsung e o Xperia ZQ da Sony. Estes aparelhos, inclusive, já estão em fase de pré-venda em algumas operadoras.
Planos
Além de um dispositivo compatível, o usuário tem de contratar um plano 4G junto a sua operadora para desfrutar da nova tecnologia. Os planos do 4G da Claro para modems têm mensalidade de R$ 119 (com franquia de 5G) e R$ 199,90, no valor promocional de R$ 149,93 (com franquia de 10GB). Se o usuário ultrapassar a quantidade de dados que o plano lhe dá direito no mês, a velocidade cai para 128Kbps (no caso do plano de 5GB) e para 256Kbps (no plano de 10GB). Para smartphones, o plano 4G da Claro custa a partir de R$ 99,90, também com franquia de 5GB.
A Oi oferece o serviço em planos cujos preços variam entre R$ 98 (com franquia de 5GB para celular) e R$ 188 (com franquia de 10GB para modem).
Tira-dúvidas
Qual é a principal diferença entre o 3G e o 4G?
Velocidade. O padrão LTE (Long Term Evolution) que representa a quarta geração da telefonia móvel consegue oferecer velocidades médias na transmissão de dados muito superiores às alcançadas pelo 3G. A nova tecnologia permite velocidades de até 150 Mbps, contra um máximo de 21 Mbps do padrão anterior.
Posso usar a tecnologia 4G no meu aparelho atual?
O 4G só poderá ser utilizado em aparelhos e chips compatíveis com essa nova tecnologia. Antes de adquirir um aparelho, confira se ele está homologado pela Anatel para o uso em rede 4G, isso garante que ele opere na mesma frequência do padrão 4G LTE utilizada no Brasil.
O iPhone 5 e o novo iPad irão funcionar com o 4G do Brasil?
Não. Para o Brasil, foi definido pela Anatel que a transmissão da rede aconteceria em frequências entre 2,5 GHz e 2,69 GHz. Até o momento, nenhum destes aparelhos funciona com a rede 4G que está sendo implementada no Brasil, pelo fato de eles se conectarem à rede 4G usando outras frequências.
Se eu adquirir um aparelho e plano 4G e estiver em uma região que não tem cobertura da rede 4G, o meu aparelho irá funcionar?
Sim. Todos os aparelhos compatíveis com 4G também funcionam com as tecnologias anteriores. Caso o cliente esteja fora da área de cobertura 4G, navegará automaticamente através de outra tecnologia (3G e 2G), de acordo com a área de cobertura da operadora.
Fonte: Oi
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