O deputado tucano João Campos (GO),
que foi relator da Proposta de Emenda à Constituição que pretende
revisar atos do Supremo Tribunal Federal (STF), elaborada pelo petista Nazareno Fonteles (PI), causou opiniões contrárias à sua posição na câmara.
“Esse
deputado é mais da bancada evangélica do que da bancada tucana”,
afirmou o líder do PSDB sobre o deputado tucano. João Campos, que também
é pastor da Assembleia de Deus, é contra o projeto de lei que
criminaliza a homofobia, contra o aborto, contra o casamento entre
pessoas do mesmo sexo e contra a cirurgia e mudança de sexo no SUS. Seus
votos costumam ser alinhados com a bancada evangélica.
Tais
declarações são uma tentativa de desvincular o parlamentar do partido,
num momento em que o STF analisa mandado de segurança contra o projeto,
requerido pelo próprio PSDB.
No ano de 2011, João Campos criou um
projeto de decreto legislativo que pretende suspender a resolução do
Conselho Federal de Psicologia que, desde 1999, impede os psicólogos de
tentar curar a homossexualidade.
Para o deputado tucano, a resolução
fere o direito constitucional de psicólogos e pacientes. “Estou zelando
pela Constituição”, disse ao defender, em 2012, a proposta. “Eu não
estou tratando de cura gay”.
O polêmico projeto de Campos, que é
alvo do Conselho Federal de Psicologia, está na Comissão de Direitos
Humanos da Câmara. Em março, o presidente da comissão, Marco Feliciano (PSC-SP), também pastor, indicou o deputado Anderson Ferreira (PR-PE), outro pastor, para relatar o texto.
Segundo
o site Estadão, na semana passada, Ferreira concedeu parecer favorável
ao texto. “O projeto de decreto legislativo em tela nada mais significa
que a sustação da norma editada pelo referido Conselho, até que haja
apreciação judicial que decida a questão levantada.
Seu texto
constitui uma defesa da liberdade de exercício da profissão e mesmo da
liberdade individual de escolher um profissional para atender a questões
que dizem respeito apenas à sua própria vida, sem prejudicar outrem”,
afirmou o deputado.
Agora o texto será votado no plenário da
comissão, em data a ser marcada por Feliciano. Depois seguirá para a
Comissão de Seguridade Social e Família e Comissão de Constituição e
Justiça.
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