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domingo, 28 de abril de 2013

Valorizar o que ganha é o ideal

O planejador financeiro Rafael Bernardino ensina ainda a não desperdiçar os centavos e a juntar dinheiro

Já dizia o ditado popular: "de grão em grão, a galinha enche o papo". Não desperdiçar os centavos, valorizar o próprio salário e juntar dinheiro. Essas são as recomendações do planejador financeiro Rafael Bernardino para aqueles que almejam uma velhice tranquila e que desejam estar preparados para os imprevistos.

Em relação aos jovens que entraram recentemente no mercado de trabalho e continuam vivendo com os pais, sem ter despesas fixas, Bernardino recomenda uma economia de mais de 50% do salário FOTO: TUNO VIEIRA

"A vida produtiva é limitada. Você trabalha até certo ponto. Para não perder qualidade de vida, tem que poupar", recomenda o planejador financeiro, que é certificado pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). Isso porque, destaca, o teto para aposentadoria pelo INSS é de R$ 4.157,05, valor corrigido anualmente. Além do cuidado com a aposentadoria, ele recomenda que sejam feitas reservas que equivalham pelo menos seis meses de despesas.

Reservas

Essa reserva pode ser fundamental em diferentes situações: como em casos de doenças e até desemprego. "Cada um faz o planejamento de acordo com seu perfil e pode demorar mais tempo para quem ganha menos. Mas, se você acha que ganha pouco, a solução é se capacitar, buscar um novo emprego e tentar ganhar mais", afirma.

Bernardino enfatiza que o desejo de consumo não pode ser visto como uma necessidade. Por isso, ele recomenda consciência e raciocínio na hora de gastar. "O salário é fruto do seu trabalho e você tem que valorizá-lo, não pode desperdiçar. Quando você se endivida, seu salário vai embora com juros".

Jovens no mercado

Em relação aos jovens que entraram recentemente no mercado e continuam vivendo com os pais, sem ter despesas fixas, ele recomenda uma economia de mais de 50% do salário. "É comum você encontrar pessoas que, no início da carreira, querem comprar um carro e não tem dinheiro de entrada, gastando tudo o que ganha. Como assumir uma prestação de automóvel, além da gasolina e da manutenção?", questiona.

Conforme Bernardino, o ideal é que o jovem não deixe o planejamento para depois e comece pensando na própria aposentadoria.

"Uma previdência privada complementar, poupando R$ 200 por mês, pode começar a se tornar em um planejamento a longo prazo", diz. Segundo ele, a opção da previdência privada é ideal, por conta da obrigação mensal. Contudo, ele diz que guardar dinheiro na poupança também é uma boa opção.

"Muitos dos jovens que passam em concurso e vão morar sozinhos em outras cidades acabam gastando 100% do salário. Para valer a pena morar em uma região distante e sair do convívio da família tem que economizar bastante", destaca.

Futuro distante

Recém-formada em jornalismo, Crissie Teixeira, 22, diz que se considera uma pessoa econômica. Porém, ela afirma que ainda não planeja nada para a aposentadoria. A economia, destaca, sempre tem um destino mais prático. Há dois anos por exemplo, parte do dinheiro utilizado em um intercâmbio acadêmico na Argentina havia sido fruto de muita poupança.

"Guardava para comprar um notebook, mas fui muito incentivada a fazer o intercâmbio. Ganhei dos dois lados - pela viagem e pela experiência no currículo", destaca. De acordo com ela, o dinheiro guardado era da mesada recebida do pai e da bolsa de estágio que tinha à época.

Como ainda não está empregada, ela afirma que tem se preparado para fazer exames em concursos públicos e prestar novamente vestibular para engenharia civil ou de produção. O objetivo é alcançar o tipo de renda desejada. "Se eu passar em um concurso, posso não ser convocada logo. Por isso, tenho a engenharia como um plano B", afirma. (GR) 

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