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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Ambientalistas questionam aumento da vazão hídrica do Açude Patu

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O reservatório corre o risco de secar, com a liberação de 350 litros 
de água por segundo, quando o acordo era para somente 250 l/s
FOTO: ALEX PIMENTEL 
 
Senador Pompeu. Ambientalistas estão discutindo com a população e as autoridades acerca da possibilidade de um colapso no abastecimento de água neste município do Centro do Estado. A preocupação foi levada à sessão ordinária da Câmara de Vereadores local e uma campanha de conscientização foi iniciada na cidade. O Açude Patu corre risco de secar.

A discussão surgiu na cidade quando a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) anunciou o aumento da vazão da válvula de dispersão do Açude Patu, principal fonte de abastecimento urbano local, de 150 litros/segundo para 250 l/s. Todavia, de acordo como o engenheiro agrônomo e ambientalista Deodato Aquino, a vazão liberada está sendo de 350 l/s, muito acima dos números definidos na última reunião do comitê regional da bacia hídrica do Banabuiú. Ele e outros ambientalistas denunciaram o caso na Ouvidoria da Cogerh.

Ainda de acordo com Adeodato Aquino, a denúncia é fundamentada em documentos obtidos após a segunda reunião da Cogerh no dia 12 passado. O repórter Walter Lima e o ambientalista Reginaldo Araújo fizeram os levantamentos no final da reunião, que contou com participação de instituições públicas, lideranças comunitárias, irrigantes, pescadores, políticos de Senador Pompeu e Quixeramobim. Haviam firmado o acordo de liberar da válvula do açude Patu a vazão constante de 250 l/s durante três meses. No entanto, segundo eles após a reunião, a Cogerh encaminhou um ofício para o Dnocs, determinando a liberação dos 350 l/s. A alteração passa por cima da deliberação da reunião.

Com base nos últimos fatos e nos estudos realizados por Deodato Aquino, especialista em analise de recursos hídricos, a situação é ainda mais alarmante. "Atualmente, o reservatório Patu está com aproximadamente 19,7 milhões de metros cúbicos, equivalendo a 28% da sua capacidade. Entretanto, em apenas um ano, de agosto de 2013 a agosto de 2014, o açude perdeu cerca de 17 milhões de m. O mais preocupante é que esse volume atual do reservatório, estabelecido pela Cogerh, não existe mais, pois já se passaram 30 anos desde a construção, e a erosão proveniente das chuvas tem acarretado o assoreamento do manancial, possivelmente este se encontra bastante aterrado", enfatizou.

Em nome da Cogerh, o coordenador técnico do escritório da sub-bacia do Banabuiú, Luís César Pimentel da Silva, confirmou a liberação de 350 l/s, todavia informou ter ocorrido apenas pelo período de 15 dias, para atender comunidades ribeirinhas do rio Patu, inclusive no município de Quixeramobim.

Sobre os riscos de colapso dos recursos hídricos do Patu, o técnico explicou estarem sendo adotados todos os cuidados necessários. A vazão liberada está sendo constantemente controlada. Acerca das medidas adotadas, são decididas pelos membros da Comissão Gestora do açude, formada por representantes públicos e usuários. A Cogerh realiza as operações conforme decididas nos encontros.

Alex Pimentel
Colaborador
 
Fonte: Diário do Nordeste

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