Nos trechos que passam por Jati, Brejo Santo e Mauriti são 3.900 trabalhadores
FOTO: ADALBERTO MARQUES
Juazeiro do Norte. O mais novo equipamento de
regulamentação do uso das águas que escorrerão pelos canais construídos
pelo Projeto de Integração do Rio São Francisco já está em plena
atividade. Trata-se do Conselho Gestor do projeto, criado na semana
passada com a missão de modelar a gestão e o uso eficiente dos recursos
hídricos, com ênfase no desenvolvimento socioeconômico do Semiárido
nordestino.
A criação do Conselho foi definida através do Decreto 8.207, da
Presidência da República, que garante ao Comitê autoridade para
estabelecer as diretrizes para elaboração do Plano de Gestão Anual do
Projeto de Integração, além de propor padrões de qualidade e regras de
alocação da água entre os estados receptores.
O colegiado também será responsável pela proposta em torno da
sistemática das vazões não contratadas e pela articulação em torno de
possíveis conflitos que possam surgir junto a Companhia de
Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Paraíba (Codevasf),
responsável pela operação e manutenção do sistema, e os Estados
beneficiados com a transposição das águas do "velho Chico".
A reunião de lançamento do Conselho aconteceu em Brasília e teve a
participação da Agência Nacional de Águas (ANA), órgão regulador do
projeto; do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), Departamento Nacional de Obras Contra as Secas
(DNOCS) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Com 12 membros titulares e 12 suplentes, representando o governo
federal, governos dos Estados receptores e comitês das bacias
envolvidas, o órgão será presidido pelo economista José Machado,
ex-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA) e hoje assessor
especial do Ministério da Integração.
Em reunião presidida pelo secretário-executivo do Ministério da
Integração, Irani Ramos, os 24 membros (titulares e suplentes) do
Conselho tomaram posse no último dia 28 de agosto. A primeira reunião
deliberativa será realizada em dois meses para discussão do Regimento
Interno da minuta de Plano Diretor de Gestão do PISF. "Este plano será
um guia, uma cartilha capaz de modelar o uso racional e sustentável da
água do Projeto São Francisco. Até outubro, vamos traçar as diretrizes
que serão os alicerces do Plano de Gestão Anual das águas deste projeto,
cujo ponto crucial é sua sustentabilidade, a ser construída em conjunto
com os Estados receptores", informou o presidente do novo colegiado.
As atividades nos canteiros de obras da transposição em território
cearense acontecem em ritmo acelerado. Em Jati, porta de entrada das
águas do "Velho Chico" no Estado, cerca de 30% de execução física da
obra já está concluída por conta das atividades desenvolvidas nos três
turnos de trabalho no local. O município está incluso no trecho relativo
à Meta 2N do projeto, composto por cinco reservatórios hídricos, a
partir do reservatório de Jati, de onde as águas escoarão por um trecho
de 39km com destino ao reservatório Boi II, no município de Brejo Santo.
No município de Mauriti, onde acontecem às obras referentes à Meta 3N
da transposição, 60% do projeto já estão concluídos. Nesta área acontece
à construção do maior túnel da América Latina, o Cuncas I, que já
possui mais de 14,5km escavados, dos 15km totais. Quando as obras
estiverem concluídas, as águas deverão percorrer cerca de 81km da Meta
3N, sendo direcionadas do reservatório Boi II, em Brejo Santo, com
destino ao reservatório Engenheiro Ávidos, no município de Cajazeiras
(PB). O Projeto São Francisco possui, atualmente, 3.900 trabalhadores
nos trechos que passam por Brejo Santo, Jati e Mauriti. Todos os
canteiros operam em regime 24 horas.
Conforme o ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, que
realiza com certa frequência visitas aos canteiros da transposição no
Ceará, há otimismo por parte do governo federal no sentido de que 70%
das obras estejam concluídas ainda este ano. Relatório elaborado pela
área técnica do projeto, no último mês de junho, apontou 62,4% de
execução física com tendência de se atingir a marca dos 65% no relatório
que será finalizado nos próximos dias.
O documento também confirma que, em Pernambuco, as bombas de captação
devem começar a funcionar em fase de teste nas próximas semanas. As
bombas serão responsáveis pela movimentação das três estações
elevatórias da obra.
Dados do Ministério da Integração revelam que a região Nordeste possui
28% da população brasileira e apenas 3% da disponibilidade de água do
País. O Rio São Francisco detém 70% de toda a oferta de água da região,
historicamente submetida a ciclos de seca rigorosa. Orçado em R$ 8,2
bilhões, o projeto elevará a segurança hídrica no Nordeste Setentrional,
beneficiando 12 milhões de pessoas em 390 municípios. A obra segue em
ritmo intenso, com 11,4 mil trabalhadores e mais de 3.800 máquinas em
ação e tem previsão de ser concluída em 2015.
Mais informações
Ministério da Integração Nacional
Esplanada dos Ministérios, Bloco E
Telefone: (61) 3414.0138 / 0195
Brasília - DF
www.Integracao.gov.br
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Roberto Crispim
Colaborador
Colaborador
Fonte: Diário do Nordeste
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