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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Dilma pede acesso à delação e diz que desconhecia 'malfeitos' na Petrobras

Dilma Rousseff durante entrevista no Palácio da
Alvorada ao jornal "O Estado de S. Paulo", transmitida
pela internet (Foto: Reprodução/"O Estado de S.
Paulo)

A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (8) em entrevista a "O Estado de S. Paulo", transmitida ao vivo pelo site do jornal, que desconhecia a existência de algum "malfeito" na Petrobras e que, se tivesse recebido informação, teria adotado medidas contra eventuais irregularidades.

Dilma afirmou que pediu à Polícia Federal e ao Ministério Público acesso aos depoimentos do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, preso no Paraná, que negociou um acordo de delação premiada em troca de eventual redução da pena. A presidente disse que fez o pedido para saber se há integrantes do governo envolvidos. Afirmou que, se não for atendida, recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a revista "Veja", nos depoimentos, Costa delatou dezenas de deputados federais, senadores, governadores e um ministro que supostamente recebiam propina de contratos da estatal com outras empresas. O acordo de delação premiada ainda depende de homologação pela Justiça, que dependerá da comprovação de que as denúncias do ex-diretor têm fundamento.

"Não tinha informação de malfeito, porque, se eu tivesse, teria tomado medida”, declarou a presidente, ao responder sobre se havia suspeitas quando, em 2012, a presidente da Petrobras, Graça Foster, afastou diretores da empresa.

Dilma considerou "estarrecedor" o envolvimento de um servidor de carreira da Petrobras nas supostas irregularidades. “É interessante que a gente lembre que esse diretor é do quadro de carreira da Petrobras, o que é mais estarrecedor [...]. É surpreendente que ele faça isso. Isso nada tem a ver com gestão. Tem a ver com fato básico de que há sempre que se ter muito cuidado com a questão do uso indevido do dinheiro público”, afirmou.

Acesso aos depoimentos

Dilma afirmou que, após a divulgação das denúncias, pela revista "Veja", determinou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que fizesse um ofício à Polícia Federal pedindo acesso ao conteúdo dos depoimentos para saber se há algum funcionário ou agente do governo envolvido.

"Quando a PF respondeu que não pode, fiz ofício ao procurador-geral da República que me informe, para proceder às providências cabíveis [...] Se o Ministério Público não for capaz de responder, vou pedir ao Supremo Tribunal Federal", declarou.

Segundo a presidente. ela necessita das informações oficiais porque não sabe se as informações divulgadas pela imprensa são verdadeiras. "Primeiro é preciso saber se isso é verdade. Então, eu quero essas informações. [...] Quem vai falar isso para mim é quem investiga [...] e não diz-que-diz-que. Quero a informação a mais aprofundada possível", afirmou.

A candidata disse que quem tem a "competência" para dar informações sobre o assunto é a Polícia Federal, o Ministério Público ou o Supremo Tribunal Federal. "Baseado na informação da imprensa, eu não posso condenar ou perdoar ninguém", disse.

"Meu telhado é cobertinho"

Em entrevista coletiva depois da sabatina de "O Estado de S. Paulo", a presidente Dilma Rousseff respondeu a declarações de seus adversários na campanha presidencial de que teria “responsabilidade política” pelas irregularidades na Petrobras.  Para ela, o escândalo envolvendo a estatal está sendo usado de “forma eleitoreira”.

“Os dois candidatos não podem esquecer seus telhados. Eu não vou ficar aqui falando do telhado de ninguém. Mas eles devem olhar seus telhados. O meu telhado tem a firme determinação na investigação. Então é um telhado cobertinho, com Polícia Federal investigando, Ministério Público com autonomia”, afirmou a presidente.

Para Dilma, a responsabilidade do governo no caso da Petrobras é “investigar”, o que, segundo ela, ocorreu. “A minha responsabilidade é ter investigado a Petrobras. [...] A parte relativa ao que estamos investigamos, estamos investigando porque descobrimos um esquema de lavagem de dinheiro e de corrupção. Agora, o tamanho desse esquema quem pode nos dizer é Ministério Público, Polícia Federal e Judiciário.”

Fonte: G1

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