"Seu Lunga'' em imagem de julho de 2013
(Foto: Lucas de Menezes/Agência Diário)
Joaquim Santos Rodrigues, o "Seu Lunga", morreu por volta das 9 horas
deste sábado (22) na cidade de Barbalha, no Cariri cearense. "Seu
Lunga" tinha 87 anos e estava internado no Hospital São Vicente de Paulo
há três dias, em Barbalha, por causa de um câncer de esôfago. O
sepultamento será neste domingo(23) no Cemitério do Socorro, em Juazeiro
do Norte. Comerciante, poeta e repentista ganhou fama no Nordeste pelos
causos que citavam seu mau-humor.
"Seu Lunga" nasceu no dia 18 de agosto de 1927, no Sítio Gravatá, na
zona rural do município de Caririaçu, na Região do Cariri. Viveu a
infância com os pais e sete irmãos no município de Assaré, e com 16 anos
foi morar em Juazeiro do Norte.
O cearense é um dos mais folclóricos nomes da cultura popular
nordestina. Tornou-se personagem de inúmeras anedotas por suas respostas
ao ''pé da letra'', diretas e intempestivas.
O apelido, recebeu de uma vizinha que passou a chamá-lo de Calunga que,
com o tempo foi reduzido para "Lunga". Casado com dona Carmelita
Rodrigues Camilo, era pai de 13 filhos, dos quais, dois morreram.
"Causos"
Em entrevista veiculada na TV Verdes Mares em abril de 1996, um morador conta que o prefeito de Juazeiro do Norte precisou construir uma praça e avisou aos moradores das casas que retirassem os veículos, já que a praça fecharia o acesso às garagens. “Seu Lunga” cismou e disse que não retirava. O resultado é que o carro ficou “preso” na garagem, segundo o morador.
Perguntado pela repórter se o cometário era verdadeiro, ele respondeu:
“Tudo no mundo tem jeito. O que não tem jeito é esse bando de desocupado
que fica inventando estória e fazendo pergunta imbecil”. "O senhor é
popular na cidade", pergunta o repórter? "Não. É que eu não gosto de
pergunta imbecil e o povo gosta de fazer pergunta imbecil. Tem de pensar
antes de falar. Eu não tenho esse jeito de falar bobagem e de ouvir
besteira". A entrevista continua: "O senhor vende tudo aqui, não é, “Seu
Lunga”?". O comerciante reponde de pronto: "Não. O mundo não tem tudo,
como é que você quer que eu venda tudo aqui na minha mercearia?"
Sobre os políticos, “Seu Lunga” também tinha opinião formada é não era
das melhores. “No nosso Brasil tá faltando homem de fibra, de caráter,
homem que faça as coisas de maneira honesta. Esse povo que está aí no
poder, mandando, é de fazer vergonha”.
Velório de Seu Lunga ocorre desde a tarde deste sábado
(Foto: TV Verdes Mares)
O sepultamento de Joaquim dos Santos Rodrigues, o "Seu Lunga", ocorrerá
às 16 horas, no cemitério do Socorro, o mais antigo da cidade de
Juazeiro do Norte. O corpo do comerciante que se tornou um personagem
folclórico da cultura popular nordestina é velado na funerária Anjo da
Guarda desde a tarde deste sábado (22) e haverá uma missa de corpo
presente antes da saída para o cemitério. Ele morreu aos 87 anos neste
sábado no Hospital São Vicente de Paulo, em Barbalha, onde estava
internato há três dias por causa de um câncer de esôfago.
A viúva Carmelita Rodrigues Camilo, filhos e demais parentes estavam
bastante emocionados no velório. “Ele foi uma boa pessoa, honesto,
trabalhador, dono de sua casa e muito querido pelo pelo povo de Juazeiro
do Norte e do Nordeste'', disse o irmão de Seu Lunga, Geraldo Rodrigues
Netos
“Seu Lunga” tinha uma loja de sucatas e ficou conhecido por causa da impaciência, principalmente, com perguntas que ele considerava bobas. Netos presentes no velório lembraram as histórias que deram fama ao avô. “Para ele falar com você o dia todo era só falar em poesia que ele ficava. Agora, se começasse a perguntar besteira. Aí ele sabia responder'', disse um dos netos do comerciante, Ricardo Rodrigues. “Uma vez eu fui pedir a benção com meu primo e disse 'vai na frente'. Meu primo foi e pediu a bênção. Aí, ele disse 'te conheço'? Aí eu pensei ' Vou nada. Vou é embora'. Saí e meu primo tomou a bronca'', contou o neto de Seu Lunga, Jeferson Camilo Gonçalves
Biografia
Poeta, repentista e comerciante, “Seu Lunga" nasceu em 18 de agosto de 1927, no Sítio Gravatá, na zona rural do município de Caririaçu, na Região do Cariri. Viveu a infância com os pais e sete irmãos no município de Assaré, e com 16 anos foi morar em Juazeiro do Norte. Recebeu de uma vizinha o apelido de ''Calunga'' que, com o tempo foi reduzido para "Lunga". Era pai de 13 filhos, dos quais, dois morreram.
Fonte: G1/CE


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