Cerca de 220 presos participaram do motim e pedem por mais frituras
(Foto: Jonatas Boni/G1)
Detentos do Centro de Ressocialização Cone Sul em Vilhena
(RO), município distante 700 quilômetros de Porto Velho, realizaram um
motim no último domingo (4) e queimaram colchões por conta da
alimentação servida na unidade penitenciária. De acordo com a Polícia
Civil, o tumulto começou durante o horário do jantar, quando 220 presos
se recusaram a receber as marmitas e alegaram que não queriam mais comer
carne ao molho, cozida e moída. O incidente foi divulgado pela Polícia
Civil nesta terça-feira (6). A empresa que fornece alimento para a
unidade informou que os presos pediram mais frituras nas refeições.
Segundo a direção da unidade, após recusarem a comida, os presos de
cinco celas iniciaram um principio de rebelião, ateando fogo em
colchões, lençóis, toalhas e garrafas pets no corredor do complexo
penitenciário. "A gente já havia chamados uns presos para conversar
antes da bagunça começar. Comprometemos-nos a chamar a empresa de
alimentação para conversar, visto que eles alegavam não querer mais a
carne servida. Mesmo após a conversa, um grupo de detentos iniciou
bagunça na cela", explica Paulo Ferreira, diretor do Centro de
Ressocialização.
Diretor afirma que presos ficarão sem colchões
(Foto: Jonatas Boni/G1)
Entre as principais reclamações dos presos na noite de domingo, de
acordo com a Polícia Civil, estava relacionada à carne servida
atualmente nas marmitas. "Eles reclamaram da maneira como a estas
estavam sendo produzidas", afirma o diretor. Após os detentos colocarem
fogo nos colchões, os agentes penitenciários conseguiram pegar um
hidrante para apagar e fazer o resfriamento das celas.
A direção esclarece que não foram todos os presos que participaram do
motim e sim um grupo isolado. Ainda de acordo com o diretor, como os
colchões queimados eram do estado de Rondônia, os detentos que fizeram a
insubordinação não vão receber mais colchões. "Se eles queimaram é
porque não estão precisando. Eles terão colchões somente quando a
família trouxer", ressalta Ferreira.
O Centro de Ressocialização Cone Sul registrou um boletim de ocorrência
no final da tarde de segunda-feira (5), solicitando perícia técnica na
unidade. Os presos que participaram do tumulto vão responder por dano ao
patrimônio público.
Negociação
Nesta terça-feira (6), a nutricionista e proprietária da empresa responsável pela distribuição das marmitas se reuniu com seis presos para definir um novo cardápio. No encontro, os presos pediram para que não fosse servido mais strogonoff, nhoque, panqueca ou creme de milho, pois eles não gostam.
De acordo com Lucineia Kosloski, o grupo queria a substituição por
frituras. "Eles queriam mais carne frita, mas isso nós não podemos
atender totalmente, visto que gordura demais não é bom para a saúde. Uma
das ideias dadas por eles foi inserir torresmo. Isto não tem problema",
explica a nutricionista, que disse ainda que o novo cardápio deve ser
entregue já na próxima semana.
Menu de refeições será trocado na próxima semana
(Foto: Lauane Sena/G1)
Fonte: G1/RO
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